Primeiro contato da nova gestão com alunos da APAE
A crise econômica que o país atravessa gera prejuízos não apenas nas grandes cidades, mas tem reflexos expressivos também em municípios pequenos. Em Baependi, a realidade é esta e as instituições da cidade sofrem com dívidas e saldos no vermelho. A APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) acumula um débito de aproximadamente R$ 115 mil.
A população estimada da cidade é de 19.252 cidadãos, de acordo com o senso de 2016 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora a população do município seja pequena, a Prefeitura não tem condições de sanar a dívida ativa da Associação.
Do total de débitos da APAE, R$58 mil são referentes à dívida de depósitos salariais e outros R$15 mil de combustível, de acordo com a instituição. “Eu acredito que a organização precisa hoje de R$100 a R$120 mil para quitar o montante e trabalharmos tranquilamente. Temos muitos projetos para realizar, mas pela falta de recursos nosso planejamento precisa ser focado em acabar com a dívida”, acrescenta Marcelo Labuique, presidente da APAE.
Devido à situação financeira da associação, mais de 10 funcionários já foram desligados. Entre os profissionais estão professores e médicos. Ainda segundo o presidente da APAE, o quadro é tão delicado que projetos não podem ser totalmente desenvolvidos e menos cargos são ocupados, o que prejudica diretamente as crianças.
Atualmente, a instituição tem entre 100 a 130 alunos matriculadas na unidade, sendo que algumas delas esperam desde janeiro do ano passado por acompanhamento especializado. “É de extrema necessidade que as crianças recém-chegadas na APAE passem por fonoaudiólogo, por exemplo. Precisamos aumentar os atendimentos médicos, mas não conseguimos. As crianças atendidas precisam de uma estrutura adequada”, ressalta o presidente da APAE.
Campanha APAE Esperança
A ação está sendo divulgada a nível nacional. A ideia é promover um financiamento coletivo, para que as pessoas façam doações por uma conta bancária da APAE. Inicialmente, a campanha vai durar 60 dias e durante o período a população poderá acompanhar diariamente a quantia arrecadada. “Queremos captar pelo menos R$30 mil no período. Se a meta for atingida faremos mais mobilizações do tipo”, informa Marcelo Labuique, presidente da APAE.
A divulgação acontece pela internet e mídias sociais e o movimento, de acordo com Labuique, serve também para chamar a atenção dos políticos da cidade e do Estado. Os interessados em contribuir podem fazer a doação para o seguinte endereço bancário: Conta – Caixa Econômica Federal; agência 0098; conta corrente 943-0 e operação 03.
Asilo Padre Victor
Outra instituição que depende da doação da população para dar continuidade às suas atividades é o Asilo Sociedade Beneficente Padre Victor, que carece de saldos para manter o caixa em dia.
O Asilo cuida de 82 idosos, que pagam o valor de um salário mínimo para receber os cuidados. A instituição, porém, diz que o dinheiro não é suficiente para cobrir os gastos gerados ao longo do mês.
A alternativa encontrada pelo asilo foi criar o tradicional leilão de gado e prendas, que acontece anualmente. “Recebemos animais doados e fazemos também um almoço beneficente. Todos os alimentos são cedidos pela população local. Com o evento conseguimos arrecadar aproximadamente R$60 mil”, conta a Secretária do Asilo, Regina dos Santos.