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08/06/2010 17h10

As eleições de 2010 nas mãos da mídia e dos institutos de pesquisa

As eleições de 2010 nas mãos da mídia e dos institutos de pesquisa

Há um axioma de que a realização de eleições periódicas, livres e diretas é um valioso componente da democracia formal de um país.
O Brasil, em que pese algumas deformações no processo eleitoral e tendo ainda muito que aperfeiçoar, é uma nação que goza de certa credibilidade na utilização deste instrumento democrático.

Após a redemocratização do Brasil em 1985, vivenciaremos, neste ano, a sexta eleição direta e geral do país. No entanto, este pleito guarda uma particularidade: definirá o futuro de alguns partidos políticos caso a candidata do Governo vença as eleições. Os partidos do DEM e PPS, por exemplo, simplesmente deverão sair da cena política brasileira e o PSDB, certamente, passará por uma grande e profunda cisão em seus quadros. E é diante desta atormentada probabilidade, que forças “neo-udenistas” estão se unindo para tentar, a qualquer custo, frustrar esta possibilidade.

Tendo em vista esta questão de sobrevivência de vários partidos, as eleições deste ano, prematuramente, dão fortes sinais de que serão marcadas por denúncias, falsidades e manipulações de toda sorte, especialmente, por parte da grande mídia. O sinal desta afirmativa veio dos resultados das duas últimas pesquisas “Datafolha” e do Fórum promovido pelo “Instituto Millenium”, de onde ficou claro que a imprensa terá um papel decisivo para ajudar a derrotar, o que Arnaldo Jabor maldosamente denominou, um possível Governo Stalinista de Dilma Rousseff.

Aliás, neste mesmo diapasão, a revista “Carta Maior” publicou que “a dificuldade de comprovação de que as pesquisas sejam manipuladas só indica que não haverá limites éticos na disputa presidencial. No convescote do Instituto Millenium, realizado no início de março, os barões da mídia deixaram explícito, através de seus jagunços de aluguel, que farão de tudo para derrotar Dilma Rousseff”.

O primeiro round desta batalha já iniciou com a divulgação, no dia 29 de março, da pesquisa eleitoral do Instituto “Datafolha” ligado ao jornal “Folha de São Paulo”, um dos aparelhos da campanha dos “Tucanos”. Esta pesquisa apontou uma vantagem de nove pontos do candidato José Serra sobre Dilma Rousseff, sem que houvesse qualquer fato político que justificasse tal acessão.

No entanto, para desespero do “Grupo Folha” e da oposição, no dia 03 de abril o Instituto “Vox Populi” divulgou uma pesquisa, encomendada pela TV Bandeirantes, na qual aparece Dilma Rousseff com 31% e José Serra com 34%, ou seja, empate técnico, e com viés de subida nas intenções de voto para a candidata Dilma, e uma estagnação de Serra. Por sua vez, o Instituto “Sensus”, no dia 13 de abril, divulgou uma pesquisa mostrando Serra com 32,7% das intenções de voto e Dilma com 32,4%, rigorosamente empatados, corroborando assim a Pesquisa “Vox Populi”.

Já no dia 17 de abril, o “Datafolha” divulgou uma nova pesquisa apontando o mesmo resultado do dia 29 de março. Sobre esse resultado, o jornalista Paulo Henrique Amorim fez o seguinte comentário: “..avaliamos que estes números demonstram que o Datafolha sentiu a pressão do PSDB. Diante disso, cabe ao PT, assim como fez o PSDB contra a “Vox Populi”, entrar com uma ação no TSE com pedido de auditoria na Pesquisa Datafolha”

Após a divulgação das pesquisas, sugiram inúmeros questionamentos e debates a respeito desta dicotomia entre esses institutos e o “Datafolha”.
O Blog “Recôncavo” faz o seguinte e coerente questionamento: “a pesquisa Vox Populi traz o Datafolha para o meio de uma crise de credibilidade que gera uma desconfiança justificada com relação ao instituto. Afinal, o que teria feito Serra abrir uma frente de nove pontos percentuais, como afirmou o Datafolha? A greve na educação e as imagens das agressões aos professores de São Paulo? A visita de Serra ao mineiro Aécio Neves? Isso só demonstra que o grande adversário de Dilma não é o PSDB, mas as corporações de mídia que apóiam o candidato tucano”.

Por sua vez, o combatente e judicioso Deputado Federal Miro Teixeira/PDT disse: “A suspeita de que a pesquisa Datafolha tenha sido manipulada tem sólidos motivos. Afinal, este instituto não é confiável. Ele pertence à família Frias, que nunca escondeu seu ódio de classe ao governo Lula e sempre apostou no tucano José Serra, um assíduo freqüentador da sede da Folha. As pesquisas são uma poderosa arma política; não são neutras nem no Brasil nem no mundo. Elas interferem na opinião pública, ajudam a costurar alianças e a obter apoios – inclusive financeiro.” A margem de erro da pesquisa é a margem de lucro “dos institutos, dizia Ulysses Guimarães”.

Diante deste acontecimento, há uma imperiosa necessidade de que o povo brasileiro fique atento a estas e outras manobras, e ao Ministério Público compete fiscalizar e apurar com rigor e independência estes fatos, sob pena do processo eleitoral ser marcado pela influência e manipulação dos detentores do poder dos meios de comunicação do país. É a nossa democracia que está em jogo!

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