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03/01/2018 14h22

Circuito Gastronômico de Favelas colhe frutos da primeira edição e promete novidades para 2018

Identidade, gastronomia, geração de renda e formação: conceitos que deram cor e sabor ao projeto que reuniu mais de 20 mil pessoas em seis eventos na Grande BH, com apoio do Estado

Foi a primeira edição e dela veio o reconhecimento de 32 atores gastronômicos que, em suas comunidades, em Belo Horizonte, Betim e Contagem, apresentaram, a mais de 20 mil pessoas, sabores que dão vida à cozinha de Minas Gerais.

A bem-sucedida edição do Circuito Gastronômico de Favelas colhe bons resultados e cozinheiros e cozinheiras participantes repercutem a iniciativa que fomentou negócios e empreendedorismo em suas comunidades.

Integrante da primeira turma de atores sociais participantes do projeto, a moradora da Serra, em Belo Horizonte, Luciene Soares da Silva, explica que o Circuito trouxe reconhecimento para ela e também para a comunidade.

“Costumo dizer que o projeto resgatou valores, deu mais valor à minha vida, para minha comunidade e também aos meus produtos, que agora estão ainda mais conhecidos”, comenta Lucilene, agradecida, a responsável pelos bolos no pote com os mais variados sabores.

Com apoio do Programa +Gastronomia, por meio do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), o Circuito foi criado para consolidar e difundir a identidade gastronômica como patrimônio imaterial das comunidades.

Idealizado pela ‘Casulo Cultura’, o projeto pautou-se em transformar a vida dos atores, pessoas com talento gastronômico e atentas às potencialidades que foram partilhadas nas atividades de capacitação, com atenção à diversidade, informalidade e benfeitorias.

“Esse movimento deu-me muita satisfação como pessoa e como profissional, alcançamos metas incríveis”, destaca a produtora da Casulo Cultura, Danusa Carvalho, ao destacar o Circuito Gastronômico de Favelas como seu melhor projeto no ano de 2017.

Mais de 20 mil pessoas passaram pelos eventos do Circuito. Um sucesso que gerou renda direta, com a venda de 9.500 pratos e mais de R$ 100 mil comercializados, para mais de 100 pessoas. Ao todo, uma tonelada de alimentos foi doada.

Além de divulgar e comercializar os pratos nas vilas e favelas participantes, o Circuito ajudou famílias a superar dificuldades financeiras e vivenciar novas perspectivas quanto ao crescimento dos negócios.

Com a receita do Pastel Trem de Minas, Diones Ferreira, que mora na Vila São Vicente, em Contagem, venceu a expectativa com os eventos e comemorou a melhoria na venda dos produtos e os benefícios adquiridos durante as atividades de capacitação.

“Foi e continua sendo uma iniciativa válida e importante. Espero que tenhamos mais atividades formativas e novos eventos para que mais cozinheiros sejam capacitados e muitas outras pessoas conheçam nossos produtos”, comenta Ferreira.

Ao todo, foram seis eventos, um em cada uma das comunidades participantes (Vila São José (Contagem), Jardim Teresópolis (Betim), Morro das Pedras, Alto Vera Cruz, Santa Lucia e Serra (Belo Horizonte), além de dois dias de festa na Praça da Estação, contribuindo para que os participantes efetivassem a venda de seus pratos.

Trabalho e família

José Marcio Duarte, o proprietário, junto à esposa Cristina Barbosa, do restaurante “O Fundo do Bar”, no Alto Vera Cruz, conta que, em dias comuns, costuma vender entre 25 e 30 pratos da famosa costelinha defumada com ora-pro-nóbis. No Circuito Gastronômico de Favelas, o casal vendeu 300 porções em apenas um dia.

Com esse aumento de demanda, foi comum ver os atores gastronômicos empregando pessoas para dar aquela “mãozinha” nos dias dos eventos, como ilustra Duarte, ao contratar três ajudantes.

“Só tenho a agradecer pela oportunidade de fazer crescer as vendas, além da promoção que fez com que pessoas de outros lugares, bairros e comunidades, viessem até aqui para conhecer e consumir dos nossos pratos”, diz Duarte.

Assim como Duarte, os participantes Diones Ferreira e Lucilene da Silva também contrataram, temporariamente, pessoas para dar conta da demanda que cresceu em função da repercussão do projeto. Cada um empregou duas pessoas.

Perspectivas e formações

Não é só de eventos que vivem os atores do Circuito Gastronômico de Favelas. Eles participaram de quase um mês de atividades de capacitação e terão, em janeiro de 2018, mais um período de aprofundamento nas melhores práticas culinárias e de negócios.

Com novas parcerias, que incluem o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), o Circuito garantirá que cozinheiros participantes da primeira edição lidem melhor com a operacionalização dos negócios, burocracias legais e novas técnicas de marketing.

Entre 22 e 28 de janeiro o Servas oferecerá para os cozinheiros um módulo do curso Cozinha Inteligente. As aulas irão abordar o aproveitamento integral dos alimentos e a correta destinação de resíduos.

A proposta do Circuito é capacitar e aperfeiçoar os atores gastronômicos ao máximo do seu talento. Para este novo período de capacitação, 25 já estão selecionados. “Quero estar presente em cada oportunidade de aprendizado. Após cada uma delas irei trabalhar com ainda mais vontade”, comenta Luciene.

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