Por José Francisco
Mattos e Silva
Aquilo que é essencial nunca deixa de existir, recolhe-se, acredito, mas não desaparece. O essencial ressurge sempre, como a Fênix, após as cinzas, reluzente, irradiando, transfigurando-se mais clara do que antes, sempre viva, necessária, essencial, vital.
Ano após ano, nestes já passados 260 anos, é este a sentimento mais nobre no coração do povo de Bom Jardim de Minas, sobretudo quando se celebra em agosto a sua Festa do Padroeiro, que em sua natureza é a festa de Bom Jardim, da alegria, do encontro, a comemoração e a celebração de voltar para a casa, ao centro.
As comemorações do Padroeiro de Bom Jardim de Minas, Senhor Bom Jesus de Matozinhos, neste ano pré-jubilar dos 160 anos da criação da Paróquia de Bom Jesus, que foi o ponto inicial para a expansão administrativa que culminou com a formação e criação do Município décadas depois, teve uma singularidade histórica, social, cultural e religiosa: o retorno da procissão do Bom Jesus ao Centro da cidade, após mais de 26 anos.
Com respeito, devoção, emoção dos fiéis participantes da procissão, dos comerciantes, barraqueiros e da população em geral a belíssima procissão luminosa, que contava com no mínimo 2.000 pessoas, percorreu as principais ruas de Bom Jardim, notadamente a Praça Presidente Vargas, verdadeiro resgate de um patrimônio imaterial que não se pode perder e que mostra que é possível a sadia convivência de realidades que se parecem opostas, mas que na verdade se completa, a festa é social porque é religiosa, é religiosa porque é social, é valor e bem de um povo.
Além da vasta e bela programação religiosa que teve início com a novena preparatória que contou com a presença de Padres da região com o Pároco Carlos Alberto e Monsenhor Saléh com belas motivações dentro da temática dos Sacramentos e, em especial, com o lançamento da necessidade de reforma da Igreja Matriz com o já engajamento do povo neste propósito, a cidade festejou com belos shows musicais promovidos pela Municipalidade, barraquinhas diversas, a barraca de comidas típicas montada pela Paróquia local, leilão de prendas e de gados, shows pirotécnicos e a necessária alvorada festiva executada pela Corporação Musical União Bonjardinense tudo em um clima de paz, tranqüilidade, devoção e de encontro da família bonjardinense, valendo destacar as atividades ocorridas durante a festa, como o 1 º moto-croos beneficente em prol do Asilo.
A festa de Agosto de 2015 deu fôlego novo para o resgate desta que é nossa mais importante manifestação religiosa e cultural celebrada nestas terras deste os primórdios da Fazenda do Bom Jardim do Rio Grande e que, por seu movimento social, foi responsável pela expansão da Fazenda à cidade, marca da história na própria história.
A comemoração de agosto de 2015 nos faz portadores consciente e inconsciente desta riqueza da fé e da cultura, devemos dela fazer uma síntese da totalidade que se conjuga qualidade e quantidade, respeito à tradição conseqüência do amor pelo povo, retorno as identidades ao sabermos que temos um berço. Agosto sempre nos faz achar o fio que liga e re-liga aquilo que temos orgulho de ser: bonjardinenses, natos ou de coração, mas bonjardinenses.
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