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15/12/2017 17h54

Governo de Minas Gerais inova com curso de Programação Web só para mulheres

Iniciativa inédita da Utramig mostra que, embora sejam minoria no mercado de tecnologia, as programadoras ocupam espaço no segmento e derrubam preconceitos

Começa na infância: enquanto as meninas são incentivadas a brincar de boneca ou casinha, os meninos ganham jogos de raciocínio lógico, montagem e videogames. Ainda hoje, o computador é, normalmente, um brinquedo de meninos. Quando crescem, essa associação é reproduzida e se reflete na escolha pelas faculdades e pelo mercado de trabalho, o que contribui para afastar as mulheres da área de tecnologia. Prova disto é que, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, apenas 20% dos profissionais de TI que atuam no país são do sexo feminino.

Já segundo o Censo da Educação Superior, em 2013 apenas 15,5% dos alunos de cursos ligados à computação eram mulheres, e o número de alunas que se formam mostra uma dificuldade ainda maior: apenas 13,6% delas chegam a concluir o curso.

Com o objetivo de incluir as mulheres neste mercado da tecnologia da informação, a Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais (Utramig) oferece, em iniciativa inédita, curso de Programação Web exclusivo para jovens mulheres, estudantes de escolas públicas. Na contramão dos dados citados, somente no primeiro dia de inscrições foram recebidas 90 solicitações para um total de 20 vagas.

Realizado no PlugMinas, em Belo Horizonte, o curso de 200 horas/aula vai possibilitar às alunas desenvolver e realizar a manutenção de sistemas para web, bem como codificar programas e modelar banco de dados.

“A gente já oferecia o curso de programação e víamos que eram poucas alunas. Então colocamos como um desafio para nós fazer uma turma só para elas, e o PlugMinas foi um grande parceiro nessa mobilização. O curso traz real possibilidade de essas jovens iniciarem sua carreira profissional num ramo promissor”, destaca a responsável pela capacitação na Utramig, Ana Carolina Utsch Corrêa.
Entre as alunas entrevistadas, uma unanimidade: uma turma exclusivamente feminina significa também maior liberdade de aprendizagem. “Uma vai ajudando a outra, está sendo muito bom. Temos liberdade para falar, expor as dúvidas. Em um ambiente misto, muitas vezes a gente vai ter receio de perguntar alguma coisa”, admite Mariana Monteiro.

Lugar de mulher é em todo lugar

Apesar da baixa participação e abertura para as mulheres no mercado de TI, elas desempenharam um papel fundamental na história da tecnologia. Coube à inglesa Ada Lovelace desenvolver o primeiro algoritmo a ser processado por uma máquina. Grace Hopper foi a criadora daquele que é considerado o primeiro software de computador. A freira Mary Kenneth Keller foi a primeira norte-americana a conseguir um PhD em Ciência da Computação e participou da criação da linguagem BASIC.

Atualmente, também existem mulheres em lugares de destaque no setor: Marissa Mayer, CEO da Yahoo, foi a vigésima funcionária a ser contratada pelo Google, onde trabalhou por muitos anos. Já a norte-americana Sheryl Sandberg é chefe operacional do Facebook.

Programação Web para mulheres

Os cursos de curta duração oferecidos pela Utramig contam com dois módulos. O Módulo Educacional Central, de 40 horas, trabalha temáticas como juventudes e relação com o trabalho, projetos de futuro, culturas juvenis e tecnologias, participação política e cidadania, sexualidade, relações de gênero, raça e etnia e drogas e redução de danos.

O módulo Programador Web contempla aulas práticas, voltadas para a área de Tecnologia da Informação, e engloba tópicos de lógica de programação para estruturas de projetos web, conceito de algoritmos, construção de sites, arquitetura da informação, design de interação, ferramentas de construção de conteúdo, linguagem PHP, entre outros.

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