Mariane dos Santos durante a premiação na UFMG
Mariane Aparecida dos Santos tem 16 anos, é natural de Aiuruoca e estuda em Caxambu desde 2016. No último dia 03, no auditório da reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), aconteceu a premiação dos medalhistas da Olimpíada Mineira de Matemática (OMM) referente ao ano de 2016. Mariane ficou entre os 30 melhores resultados do estado de um total de 10.000 competidores, e trouxe para casa a medalha de bronze.
A estudante conta que esta não é a primeira vez que participa de competições com este caráter e também sobre os desafios que enfrentou em sua primeira competição. “Foi uma conquista muito importante para mim. Um ano antes de entrar no Colégio eu participei das Olimpíadas Brasileiras de Matemática das Escolas públicas (OBMEP). Apesar de eu ter passado na primeira fase, não consegui aprovação na segunda e lembro-me que alguns colegas ficaram tirando sarro de mim, diziam que eu não era boa o bastante para ganhar medalhas e tinha que me conformar com isso, o que me deixou muito triste, mas eu não desisti, corri atrás e consegui”, relata.
Sobre correr atrás dos sonhos Mariane mostra que é preciso disciplina e dedicação, estuda em média seis horas por dia, nas quais uma hora é exclusivamente de estudos para as olimpíadas. Surpreende-se quem acredita que a estudante planeja seguir seus estudos nas Ciências Exatas, “apesar de eu gostar muito de matemática, sou apaixonada por biologia, acho muito legal saber como tudo acontece por dentro dos organismos”, conta a jovem, que deseja voltar à UFMG como graduanda da área de Ciências Biológicas.
Mesmo com muito trabalho e dedicação, Mariane destaca que esta medalha não é uma conquista individual. “Essa medalha não foi apenas fruto do meu esforço, mas também mérito dos meus pais que sempre se esforçaram para me dar a melhor educação, de toda equipe escolar, de meus amigos que me deram apoio moral. A todas essas pessoas quero deixar meu muito obrigada e quero agradecer também a Deus que sempre esteve me abençoando e a Nossa Senhora Aparecida”, agradece.
Os desafios da sala de aula
“Um professor que acredita em seu aluno desperta nele um interesse novo, ele se sente mais confiante e se interessa mais pela matéria”, reflete Mariane que conheceu a OMM no primeiro dia de aula com o professor Luciano dos Reis Bento e desde então dedica-se à competição.
Luciano é coordenador pedagógico e professor de matemática, com nove anos de experiência em sala de aula e trabalha há quatro anos com olimpíadas de matemática, dentro dos quais teve êxito como menções honrosas e medalhas de ouro, prata e bronze. “A meu ver, iniciativas assim, interferem decisivamente na melhoria do ensino de Matemática, estimulando e motivando nossos alunos e professores, na busca de aperfeiçoamentos e estudos mais profundos vinculados a esta disciplina”, destaca o professor.
Luciano fala também sobre os desafios de lecionar em meio a tantos avanços tecnológicos que acabam por tirar a atenção e interesse dos alunos. “Vivemos tempos modernos, muitos valores mudaram, muitas posturas tiveram que ser revistas, e, diante destas mudanças, nasceu um novo perfil de aluno, um aluno mais carente e dependente dos meios tecnológicos. Hoje o grande desafio, além das questões vinculadas a qualidade do ensino, eficiência na transmissão de conteúdos e os bons resultados nos processos avaliativos, o professor precisa cativar este aluno, trazendo-o para a realidade da aula, com palavras de motivação e atitudes de incentivo. Este é o grande desafio, ensinar além das quatro paredes da sala de aula”, reflete.
Sobre a relação entre o professor e a aluna, não há dúvidas da relevância do vínculo criado para ambos. “Não tenho palavras para descrever tremendaalegria, é uma mistura de felicidade com uma sensação de dever bem cumprido. Sobre a nossa medalhista, tenho orgulho de tê-la como aluna. Esta menina é incrível; tem uma dedicação incomparável e um raciocínio lógico muito aguçado”, conta o professor. Mariane lembra que no dia da prova Luciano demonstrou confiança em seu potencial, “ele é um dos professores que tive e vou sempre me lembrar. Quero agradecer a ele por ter me ajudado nessa conquista”, relata Mariane.
Professor Luciano e seus alunos durante confraternização na escola