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Joseph Wulff Haverkemper nasceu em 24 de julho de 1892, em Driested, na Alemanha. Deixou a sua terra natal durante a 1ª guerra Mundial, pois estava na idade de servir a base militar e havia perseguição religiosa.
Foi viver na Espanha, mas devido a problemas internos no país buscou novos horizontes na América. Escolheu o México, uma nação pobre e massacrada pela fome e miséria, ou talvez por ser-lhe única alternativa, visto não poder retornar a Alemanha, pois estava iniciando a 2ª guerra Mundial.
Foi para os EUA, e de maneira ilegal depois chegou ao Brasil, onde foi morar no colégio dos padres dominicanos, em Juiz de Fora, e de lá, o bispo D. Justino Santana o mandou para Liberdade, pois lá estaria escondido.
Em 1939 Joseph Wulff chegou à paróquia de Liberdade, onde ficou por 21 anos. Era tão estimado por todos da cidade, onde era chamado carinhosamente por Frei José ou padre José. Não falava o português direito, mas como estudou na Universidade de Salamanca, na Espanha, sabia bem o Espanhol, por isso sua pronúncia sempre em portunhol, mas também falava em francês com perfeição e inglês com fluência.
Frei José tinha um imenso amor pelo Santíssimo Sacramento e por Nossa Senhora. Contam os mais antigos que sempre havia bênção do Santíssimo, com o altar cheio de velas acesas e tudo cantado em latim. Em maio, mês de Maria, o padre fazia questão que fosse celebrado com reza do terço todos os dias e apresentação com as meninas vestidas como se fossem pastorinhas. Quando alguém o procurava com alguma angústia sempre dizia “Confia na Virgem Maria; ela ajudará”.
Embora sem saúde, Frei José fazia questão de montar a cavalo e viajar duas, três e até quatro horas para celebrar missas em fazendas distantes da cidade de Liberdade, era tido por muitos um homem santo por sua dedicação aos pobres necessitados. Em uma pesquisa realizada por Dr. Antônio Cabral e entrevistas que os alunos do 6º ano de 2011, da E. E “Frei José Wulff”, fizeram com diversas pessoas da comunidade podemos conhecer um pouco mais da história de Joseph Wulff Haverkemper, mais conhecido como Frei José.
“Quando participava do catecismo, Frei José entrava de mansinho na igreja, enquanto a catequista nos ensinava ele olhava para nós com um doce sorriso que parecia um santo. Ele levava a mão no bolso tirava alguns trocados e dava para catequista comprar bala para todos nós. (Terezinha Campos de Oliveira)
“Um dia Frei José ia receber a visita do bispo, e o Sr Joaquim Romano disse que iria comprar um sapato para ele, porque era uma vergonha usar o sapato de pano na presença do bispo. Porém, o sapato ficou grande, mas quando subiu ao altar para receber o bispo, o sapato estava do tamanho exato de seu pé”. ( Maria das Dores - Dorinha).
Frei José Wulff faleceu no hospital de Cruzília, em 5 de maio de 1960, aos 68 anos de idade e foi enterrado na Igreja de Liberdade. Quarenta anos depois, em dezembro de 2000, seus restos foram retirados do chão e colocados em uma urna na parede do Santuário do Bom Jesus.
Para os antigos moradores da cidade Frei José não era só um padre, era um santo. Muitos prestaram homenagens ao Frei até os dias de hoje. Uma oração em honra a Frei José foi escrita pelo padre Elias, e uma composição musical, feita por Dr. Antônio Cabral, em Italo, foi criada também para ele.
A fé do povo libertense, enriquecido pelos seus brilhantes ensinamentos e exemplos de humildade e amor cristão, sempre esteve voltada para a proteção do querido Frei José Wulff.
