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11/04/2017 17h25

Monsenhor Luís Vieira morre aos 83 anos deixando legado de verdadeira entrega ao sacerdócio

O Padre foi internado com pneumonia no Hospital de Baependi, onde ficou até 27 de março dia de seu falecimento

Luís Vieira Arantes nasceu em 2 de fevereiro de 1934

O Monsenhor Luís Vieira Arantes faleceu aos 83 anos por problemas de saúde. O sacerdote foi internado no Hospital de Baependi com pneumonia. O quadro de saúde do padre se agravou e, em 27 de março, ele faleceu. O corpo foi velado em dois momentos, nos dias 27 e 28, na quadra da Escola Municipal Profª Maria José Ematne e também no Cemitério Municipal, onde foi enterrado.

O pároco, que tanto serviu Aiuruoca e a Diocese de Campanha, tinha uma estreita ligação com a Igreja Matriz e fez parte da vida de muitos fieis e cidadãos aiuruoquenses. Em 2008, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição celebrou o Jubileu de Ouro do Monsenhor Luís Vieira. O sacerdote nasceu em Aiuruoca, em 2 de fevereiro de 1934, na fazenda Angaí, no dia de Nossa Senhora das Candeias, data em que a Igreja Católica comemora a Festa da Luz e Festa das Velas.

Filho do coronel José Justiniano Ribeiro de Arantes e de Laudelina Vieira Arantes, o Monsenhor Luís Vieira é o caçula de uma família de 8 irmãos, entre eles, Santinha Arantes, que ressaltou a importância da Semana Santa na matéria acima. Quando criança, Luís Vieira brincava muito com seu primo já falecido Gildo. Seu brinquedo predileto era vacas e boizinhos, feitos de sabugos e chifres de vacas, que encontrava pelo curral ou nos pastos. Por ser o caçula, Luiz passeava muito com seus pais e possuía um cavalinho “pequira”, chamado Beija-flor, no qual andava pelos campos do Angaí.

Dentre os irmãos, ele era o mais humilde e obediente aos pais; não era de brigas e de fazer artes. Com oito anos de idade, no dia 1º de março de 1942, Luís Arantes começou a estudar no colégio Santa Edwiges, dirigido pelas irmãs franciscanas (único da época), no regime de semi-internato. Estudava o dia todo, junto com outros cinco colegas.

Fez o curso primário em Aiuruoca e sua primeira professora foi uma franciscana alemã – irmã Cáritas –. Um dia zangada com Luís, disse-lhe: “Coitada da sua mãe! Pensando que você vai ser padre..” Posteriormente, no segundo ano, foi aluno da professora Regina Ematné; na 3ª série, Clara Nunes; e, na 4ª série, Maria Ematné – que teve muita influência em sua vida, pois além de professora e mestra, era amiga acolhedora, uma segunda mãe que demonstrava um carinho especial pelo menino. Suas colegas foram: Julieta Maciel Rosa, Ilka Rosa, Zilá de Carvalho (da cidade de Carvalhos), que depois se tornou freira: madre Gorete (todas já falecidas); e também: Terezinha Benfica e Maria Alzira Benfica, esta, residente em Aiuruoca. Com 10 anos de idade, quando cursava o 3º ano primário, perdeu o seu pai, no dia 21 de julho de 1944. No próximo mês: o ingresso no seminário e a ordenação sacerdotal.

Quando o adolescente Luís terminou o primário, em Aiuruoca, no dia 8 de dezembro de 1945. Sua mãe, dona Laudelina, perguntou ao jovem onde gostaria de continuar os estudos e, imediatamente, respondeu: “Quero ir para o Seminário!”. Então, aos 12 anos, Luís foi para o Seminário Nossa Senhora das Dores, de Campanha, no dia 22 de fevereiro de 1946. No Seminário, Luís foi recebido pelo Reitor Monsenhor Lucas Maia. Sua mãe fazia muitos esforços para visita-lo, gastando seis horas de viagem - naquela o caminho percorrido até Campanha era longo e difícil.

Em 5 de março, de 1953, Luís foi à Mariana para o Seminário de Filosofia e Teologia. Teve de ir de avião, entre Caxambu e Belo Horizonte, e, de lá, pegar um trem até Mariana. Dona Laudelina teve tanto medo de acontecer algum acidente com o avião, que pôs seu irmão Raul, para viajar de avião junto com ele. Mariana era muito longe e sem asfalto, naquele tempo. Mãe alguma de Seminarista ia visitar seus filhos, mas dona Laudelina foi trêsvezes, em cinco anos.

No Seminário de Mariana era bom jogador de futebol. Foi ordenado em Campanha, no dia sete de dezembro de 1958, por Dom Oscar, junto aos seus outros três colegas, numa cerimônia comovente e piedosa, com a presença dos familiares de cada ordenado. Celebrou sua primeira Missa em Aiuruoca, no dia 14 de dezembro, com a presença de todos os familiares e amigos. Fez a primeira Comunhão, nesta missa, de seus sobrinhos, Gilson e Gilberto Costa Arantes, Marli Júdice Arantes, Marina Arantes Leite Vieira, já falecida, e Norma Reinaldo Júdice, também falecida.

Grande festa foi a primeira missa do Padre Luís, em Aiuruoca. No dia 15 de dezembro de 1958, celebrou sua segunda missa na Capela do Colégio Santa Edwiges, com a presença das Madres Marta, Nazaré, Montésion, irmã Bernardita, Madre Gorete, a Zilá, que havia sido sua colega de turma, e outras. No dia 30 de janeiro de 1958, padre Luís foi para Nepomuceno, designado Coadjutor de Monsenhor Luiz Gonzaga Pinto, cheio de juventude, dinamismo e sonhos de Padre recém-ordenado. Ficou em Nepomuceno até abril de 1961, tendo sido nomeado coadjutor de Padre José Geraldo Arantes, em Cruzília, de abril de 1961 até fevereiro de 1962. No dia 4 de fevereiro de 1962, Padre Luís assume a sua primeira Paróquia: Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em ITANHANDU. Substituindo o Pároco, Padre José Costa Campos, que havia sido nomeado Bispo de Valença. Depois de muito tempo, Padre Luís, veio a sofrer a maior perda de sua  vida: a morte de sua mãe. Ela faleceu no dia 11 de dezembro de 1986, uma verdadeira “alma sacerdotal”, pois tudo o que pôde fazer pelo Seminário e Seminaristas de Campanha, ela o fez.  

Já em Cruzília, comemorou suas Bodas de Rubi de Sacerdócio, pois fizeram-lhe grandes festas nos seus 40 anos de Padre, no dia 7 de dezembro de 1998. Ainda em comemoração aos 40 anos de Sacerdócio, fez, com a sua turma de colegas do “Grupo Sacerdotal 58” de Mariana, uma Peregrinação à Terra Santa, terminando com a ida a Roma, para assistir à Beatificação do Frei Galvão. Em setembro de 2003, recebeu “Provisão de Pároco” por seis anos da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Aiuruoca. Dizem que todo Padre é meio “João de Barro” e o Padre Luís construiu várias capelas rurais em Aiuruoca.

Luís Vieira Arantes – 2 de fevereiro de 1934 a 27 de março de 2017.

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