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15/01/2013 09h52

Moradores de Varginha correm risco com multiplicação de caramujos

Época é propícia ao molusco, transmissor de doenças de alto risco.

Esta época de chuvas constantes, que deixam o solo úmido, se torna propícia ao aparecimento do caramujo africano. Em Varginha (MG), moradores estão encontrando os bichos até dentro de casa. Aparentemente inofensivos, estes moluscos são transmissores de doenças de alto risco, algumas podendo até serem fatais.

Na casa da auxiliar de gestão Glace Geovanini Carvalho, os caramujos têm tirado o sossego da família. Eles sobem pelas paredes e chegam bem perto da janela do quarto dela. O que mais assusta a moradora é que a cada dia o número dos bichos se multiplica. "Eu tiro, mas eles sempre voltam", conta ela.

Já na área ao lado da casa de Lucivane de Andrade, os moradores já perderam o controle. Por causa da invasão dos caramujos, ela aos poucos está eliminando a horta que fez no quintal de casa. Eles descem pelas paredes e tomam conta da plantação.

Lucivane explica que não encosta no caramujo e nem come nada da horta, porque o manuseio ou a ingestão do animal ou das hortaliças nas quais ele tenha passado pode provocar doenças.

Os caramujos são hospedeiros de dois tipos de vermes. Um deles causa a angiostrongilose abdominal, doença que provoca perfuração do intestino. O outro é transmissor da angiostrongilíase meningoencefálica, de sintomas variáveis, como dor de cabeça forte e rigidez constante na nuca, mas que muitas vezes pode levar até à morte.

Originário da África, o caramujo foi introduzido ilegalmente no Brasil na década de 1980, no Paraná, para substituir o escargot, molusco que é comestível. Essa espécie não foi aceita e o Ibama proibiu a criação no país.

O molusco pode chegar a pesar 200 gramas e medir cerca de 10 centímetros de comprimento. Sem predadores naturais, o caramujo se adapta bem a diversos ambientes. Terrenos baldios com mato, vegetação sem controle, e principalmente o tempo úmido são alguns dos ambientes favoráveis para a reprodução do molusco em áreas urbanas. Em um ano, um único indivíduo pode dar cerca de 300 crias.

Época é propícia a multiplicação de caramujos, molusco transmissor de doenças. (Foto: Reprodução EPTV / Tarciso Silva)
Época é propícia a multiplicação de caramujos, molusco transmissor de doenças. (Foto: Reprodução EPTV / Tarciso Silva)

Os caramujos destroem plantas nativas e cultivadas, alimentando-se de qualquer tipo de vegetação, e competem com espécies nativas - inclusive alimentando-se de outros tipos caramujos.

A contaminação pelos parasitas que os caramujos transmitem pode se dar pelo manuseio dos caramujos, ou ingestão destes moluscos sem prévio cozimento, ou ainda no consumo de alimentos contaminados por seu muco, como hortaliças e verduras.

Para o controle desse molusco, indica-se a catação manual dos indivíduos e de seus ovos usando luvas e colocando-os em dois sacos plásticos. Depois é necessário quebrar as conchas antes de eliminá-los, porque tais estruturas podem acumular água, sendo um criadouro em potencial para os ovos do aedes aegypti (mosquito transmissor da dengue).

Depois, recomenda-se a aplicação de cal virgem ou ainda sal de cozinha sobre os caramujos quebrados, que desidrata o bicho e os mata. Posteriormente, é preciso enterrar os moluscos, certificando-se de que o local fica longe de lençóis freáticos, cisternas ou poços artesianos.

Para prevenir a contaminação por alimentos que possam estar infectados, a pessoa não pode esquecer-se de desinfetar itens alimentares, como legumes e verduras, lavando-os e deixando-os de molho de 15 minutos a meia hora, em aproximadamente uma colher de água sanitária para um litro de água. Para consumir a carne de caramujos, é necessário o cozimento do molusco antes de comê-los.


Fonte G1 Sul de Minas

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