A poucos dias das festas de fim de ano, caminhando pela Ilha Capital, passei pela Praça dos Bombeiros. Está linda, com um jardim magnífico todo florido, até parece que a primavera parou por lá, como quem diz: eu sei que meu tempo está terminando, mas não vou embora. E sabem o que mais eu vi? Jacarandás floridos, vários deles. Eu que pensava que já tinha passado o tempo da florescência espetacular dessa árvore majestosa… Até escrevi, em uma crônica de Natal recente, citando as árvores que florescem lindamente para enfeitar o Natal e o Ano Novo, que o jacatirão nativo estava no auge, o flamboian também, mas o jacarandá acabara de florescer.
Que bom bom ver que tantos deles ainda estão vestidos de azul, estendendo um tapete dessa mesma cor aos pés dos caminhantes como eu. Lembrei da minha amiga Mary, gaúcha radicada em Joinville, que ama jacarandá assim como eu sou aficcionado por Jacatirão.
É bom ver que, apesar dos tempos bicudos, a natureza nos dá uma lição de confiança e de esperança, embelezando nossos caminhos com as suas cores. Um motivo para sorrir, pois a beleza continua a existir, apesar de tudo, e isso significa que Mãe natureza ainda confia em nós.
Então temos o jacatirão nativo, que está florescento espetacularmente, com árvores totalmente fechadas de flores, temos também o flamboian, faíscando labaredas e formando tapetes vermelhos pelo chão e temos o jacarandá, ilhas de azul, ilhas de céu, tudo para comemorar a chegada de um Menino Mágico que nasce mais uma vez entre nós. Presicamos nos unir à Mãe Natureza e comemorar também.
Que consigamos receber a paz e a esperança que ele traz, mais uma vez. Precisamos renascer, como esse Menino que chegou, para resgatar a nossa humanidade e esse planeta azul que insistimos em tornar cinza. Vamos viver esse renascimento? Que tenhamos, verdadeiramente, boas festas e um exelente ano.
* Por Luiz Carlos Amorim - Escritor, editor e revisor, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 36 anos de trajetória, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras