Interessados em plantar oliveiras acompanharam estação de campo sobre aspectos técnicos das cultura
(Maria da Fé – 27.03.2017) – Produtores de azeite se reuniram na última sexta, 24, durante o 12º Dia de Campo de Olivicultura, e comemoram a expectativa de extração de azeite superior a 40 mil litros em 2017, no Sudeste do Brasil. Após o término da safra na Mantiqueira, previsto para a primeira semana de abril, serão levantados os dados de extração da região.
O Dia de Campo, realizado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) e Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), contou com a participação de mais de 300 pessoas que conheceram a situação atual desta atividade, novas tecnologias em embalagens, maquinário, equipamentos, além das possibilidades de mercado.
“A EPAMIG não apenas inovou com pesquisas com oliva, realizadas há mais de 30 anos, como também estimulou o associativismo, com a criação da Assoolive”, relembra o presidente da EPAMIG, Rui Verneque. Segundo ele, das 66 variedades de oliveira registradas no Ministério da Agricultura, 55 foram desenvolvidas pela Empresa. Para a sommelier de azeite Ana Beloto, essas tecnologias podem permitir que o Brasil ofereça produtos de qualidade com diferencial de mercado. “Provadores da Espanha e Itália analisaram marcas de azeites produzidos na Mantiqueira e se surpreenderam com as notas e os aromas desconhecidos”, conta.
De acordo com o coordenador do programa de Olivicultura da EPAMIG, Luiz Fernando de Oliveira, que desenvolve estudos no Núcleo Tecnológico EPAMIG Azeitona e Azeite, em Maria da Fé, o avanço dessa cultura no país é inevitável. “A expectativa é conseguirmos produzir azeites em maior quantidade, de excelente qualidade, com características nacionais e que seja competitivo com os azeites importados”, avalia.
Do prazer ao negócio
De acordo com o presidente da Assoolive, Carlos Diniz, já são cerca de 190 olivicultores no Sudeste brasileiro, sendo que 48 destes são associados. “A maior parte não são agricultores tradicionais, e sim profissionais liberais, empresários e pessoas que vislumbraram nesta cultura uma área de investimento prazerosa, motivadora”. Para Carlos há desafios para a consolidação da cultura. “Estamos numa segunda fase. Passamos pela implantação dos pomares, pelos primeiros processos e agora temos trazido questionamentos que a pesquisa vai nos ajudar a responder”, comenta.
Para a psicóloga Silvia Marques, a atividade surgiu como um negócio inovador para a sua propriedade, em Aiuruoca, que até então era apenas para passeio nos finais de semana. “Em 2009, iniciamos o plantio e este ano teremos nossa maior produção, com cerca de 3 mil litros de azeite”, comemora. Todo o ciclo – cultivo, colheita e extração, é feito no Sítio Águas Claras com o acompanhamento de Silvia, que quase toda semana deixa a capital paulista para subir a Serra dos Garcias, em busca de um azeite de qualidade. “A cultura é muito recente no Brasil, portanto, somamos erros e acertos”, conta. Em maio, Silvia enviará o seu azeite para avaliação em uma grande feira do setor, na Espanha.