14:21hs
Terça Feira, 16 de Julho de 2024

Leia nossas últimas edições

Leia agora o Correio do Papagaio - Edição 1865
Regional
04/05/2016 17h25

Paróquia do Senhor Bom Jesus de Matozinhos: 160 anos de Misericórdia! Parte 2

1856 a 1956 - Parte II

Arraial do Bom Jardim - inicio do seculo XX


Vamos lá, entender um pouco mais sobre a história da nossa Paróquia que celebrará no próximo dia 02 de maio seu 160 ͦ aniversário.
Após a criação da Paróquia em 02 de maio de 1856 foi preciso definir os limites do que seria a Freguesia de Bom Jardim, freguesia e paroquia são sinônimos. O Livro de Tombo Paroquial começou a ser escrito quase que 50 anos após a fundação da Paroquia e foi iniciado pelo Padre Francisco Rey, nele encontramos que “os limites da freguesia de Bom Jardim ( não havendo a mão o decreto da ereção desta paróquia, consignamos aqui o que por costume é admitido) pelo caminho que vai a Turvo até a metade do caminho, isto é, três léguas; pela paróquia de Santa Rita somente até a estação de Pacau pouco mais; pela parte do Livramento até a metade do caminho”, um tanto confuso mas que dá uma noção de que partindo da Antiga Matriz a Paroquia se estendia até a região do Espraiado, Rutilo e Pacau, excluído naquela época o Taboão, que pertencia a Paróquia de Rio Preto, notável que esta seria com a emancipação em 1939 a diretriz usada para definir os limites territoriais da cidade.

Todo patrimônio da Paróquia em 1856 era o que foi doado em fevereiro de 1772 pelo Capitão Antônio Correia de Lacerda e Dona Ana Guarda de Souza que se constituía em terras de cultura e mineração do seu patrimônio, conforme antigo documento que tinha parte queimada, tendo sido definida apenas na década de 1930 a devida demarcação através de Ação Judicial financiada pelo Sr. Honório Teixeira em cujo processo foi testemunhas o bisneto do fundador de Bom Jardim, João Batista Marques Júnior. O documento marca os limites da propriedade paroquial da seguinte forma : “começa na porteira do valinho, descendo à direita ao barranco das antigas catas de mineração, voltando pela Estrada de Ferro Rede Mineira de Viação, passando pelos fundos da casa de D. Delfina de Souza Nunes (João de Pinho) e daí por valo até apanhar outro valo que serviu de tapume do quintal do falecido Belisário Ribeiro de Carvalho ( Miguel José de Freitas), subindo por este até a rua e por esta até a atual praça Getulio Vargas, subindo a rua que vai a Igreja até aproximar-se da atual casa residencial do Sr. Manoel Moreira, entrando no beco e seguindo por este, descendo em frente a um terreno onde existiu a residência do Sr. Joao Batista Pamplona, seguindo por esta rua a atual Correia de Lacerda e Rede Mineira de Viação, até o córrego do Milho Branco (pontilhão), por este acima passando pelos fundos do quintal da casa que pertenceu a Reinaldo Montalvão até apanhar o valo e por este até o ugar que teve início esta demarcação; exclue-se do terreno pertencente à Matriz os seguinte quintais que foram garantidos na divisão da Fazenda do Bom Jardim, em 1785, de Luiz da Silva Vansconcelos, Francisco Cunha, José Processo, Delfina de Souza Nunes, Reinaldo Pedro Montalvão, Domicio Caboclo, herdeiros de Messias Flausina de Jesus e o que atualmente pertence ao Sr. Teofilo Abbud”. Podemos compreender tais medidas hoje como sendo toda área do morro da Antiga Matriz com os limites que vão até o Corrego do Milho Branco, pegando a rua Taboão até a rua Correia de Lacerda subindo em frente ao Banco do Brasil e vindo pela Avenida Governador Valadares, englobando toda acima do leito da linha de ferro subindo pela rua do João Neves e fechando aproximadamente onde hoje seria a COPASA”, notadamente a sede da Fazenda do Bom Jardim e parte de seu terreno ( com documentos comprobatórios do que escrevemos) foi excluído do patrimônio paroquial, é exatamente a área do centro da cidade.

Interessante e que neste primeiro século da existência paroquial o que seria a futura cidade de Bom Jardim de Minas começava a tomar forma com a definição de lugares, ruas, organizações sociais e um certo impulso urbano, notadamente a abertura de ruas que ligava o centro do Arraial a Antiga Matriz, podemos destacar em especial que em 1908 o cemitério é transferido para dentro do Adro da Antiga Matriz, o cemitério colonial então era onde hoje é a rua São Vicente até a Praça da nova Matriz; em 1915 fez a torre da Antiga Matriz; em 1918 foi celebrada pela 1 vez a Semana Santa em Bom Jardim com a troca da imagem do Senhor Morto; da França veio em 1919 a imagem de São Sebastião e do Rio de Janeiro a do Menino Jesus (está desaparecida); a Festa de Corpus Christi foi celebrada pela 1 vez em 1918. A casa que servia aos padres era a mais próxima do Adro, provavelmente a que hoje é do Sr. José Camilo, na Avenida Dom Silvério, valendo destacar que a rua como conhecemos só foi aberta quando da construção do Grupo Escolar Monsenhor Nardy, em 1911 construiu-se uma casa paroquial também na Av. Dom Silvério, onde hoje é a casa da Sra. Josefina Nardy Benjamim. Em 1921 foi criada a conferencia de São Vicente de Paulo com as missões lazaristas com o curioso registro do lançamento da pedra fundamental do que seria uma Santa Casa de Misericórdia na rua São Vicente, mais tarde foi ali construído a Capela de Nossa Senhora Aparecida pelo Sr. Francisco Maciel; existia em Bom Jardim a Associação de Nossa Senhora do Rosário, foi fundado o apostolado da Oração com o nome de Damas do Coração de Jesus, a Pia União das Filhas de Maria e as crianças eram todas da Cruzada Eucarística de São Tarciso e os homens da Congregação Mariana e o embrião do movimento do Terço dos Homens que temos hoje era a Liga Católica Jesus Maria e José.
Nestes 160 anos de paróquia temos os registros dos padres que serviram ao Povo de Bom Jardim de Minas e que exerceram grande influência na vida social e organizacional do Arraial, os nomes seguem em ordem cronológica: Padre Francisco Ferreira Garcia, Padre Antonio Francisco de Paula, Padre Martiniano Teixeira Guedes, Padre Miguel Afonso de Oliveira, Padre Afonso Benedito Alves, Padre Francisco José de S. Monteiro, Padre Domingos Antônio Hipólito, Padre Nicolau Maria Seandon, Padre Querino G. Araújo Recife, Padre Pascoal Mauro, Servo de Deus Monsenhor Marciano, Padre Manoel Sátyro, Monsenhor Domicio de Paula Nardy, Padre Francisco Rey com auxílio de Padre Gregório Neves, Conego Antônio Inácio de Almeida, Monsenhor Antônio Cornélio Viana com auxílio de Padre Robson Messias Delgado e Padre Raymundo Salles, Padre Márcio Aurélio Neves, Padre Luciano Atanázio, Padre Anderson Januário Hudson vindo desde então a residir e auxiliar a Paroquia o Monsenhor Elias José Saleh Filho, Padre Luiz Antônio Baldi Favero auxiliado pelo Padre Márcio Cabral e atualmente Padre Carlos Alberto Moreira.
No próximo mês vamos conhecer um pouco mais sobre a “ História do Bom Jesus de Matozinhos” e o período de 1956 até nossos dias...

Por José Francisco Mattos e Silva

PUBLICIDADES
SIGA-NOS
CONTATO
Telefone: (35) 99965-4038
E-mail: comercial@correiodopapagaio.com.br