por Clara e Fátima Alves
Dr. José Geraldo Arantes, um baluarte da história de Cruzília. Ajudou a escrever a história dessa terra com caneta de ouro, inspirado pela fé em São Sebastião.
Homem de larga visão (visão de futuro), disciplinador por natureza, de inteligência sagaz, coragem destemida e uma cultura invejável. Filho de D. Leontina que foi condecorada pela Santa Fé Apostólica com o título de “Comendadora da Santa Igreja”( por possuir quatro filhos sacerdotes!). Que honra para essa mãe, quanta glória para Deus!
Durante 33 anos foi pastor de almas e serviu Jesus na mesa eucarística. Como sacerdote realizou grandes obras na paróquia. Olhemos para o passado. Relembremos os seus feitos e assim enxergaremos sua marca por todo lado. Mesmo não sendo filho de Cruzília (era natural de Soledade – MG) fez essa terra crescer. Citemos algumas obras: reformou a Igreja Matriz e construiu a sua majestosa torre. Edificou também a Igreja de N. S. Aparecida do Cafundozinho, o “Lar das Crianças” para os meninos carentes, o Santuário de Fátima, o Salão Mariano hoje denominado Salão João Paulo II, já com as sapatas suficientes para um segundo andar, que seria a Casa Paroquial. Empenhou-se na vinda de uma congregação de religiosas para a administração do hospital (que estava fechado). Realizou a construção da clausura para as Irmãs Filhas de São Camilo. Trouxe de Portugal a imagem de N.Sra. de Fátima e a entronizou no santuário. Promoveu com grande festa a visita da imagem legítima de N.S.Aparecida à paróquia cruziliense. Organizou o catecismo e as conferências vicentinas. Criou o dízimo. Reformou as igrejas do Rosário e do Favacho, assim como o cemitério do Favacho. Trabalhou na reforma e ampliação do cemitério paroquial. Fundou o 1º Jardim da Infância Paroquial, com o auxílio do industrial Sorensen. Atendeu, durante anos a fio, as comunidades rurais e serviu por três anos a comunidade católica de São Thomé das Letras. E o sonho de sua vida (ainda não totalmente concretizado) o Parque Kolping, uma obra social maravilhosa, centro de profissionalização destinado à juventude e às mães carentes.
Em 1946, quando pisou o solo cruziliense como sacerdote, abraçou a escola – hoje denominada Escola Estadual São Sebastião, oferecendo suporte e assistência espiritual. Foi professor de várias disciplinas e exerceu a função de diretor de 1953 a 1974, com pequenas interrupções e viu a escola prosperar e ganhar até o 1º lugar em concurso de âmbito estadual!
Em 1953 - com a ajuda de companheiros idealistas como ele - fundou o Ginásio Paroquial e, mais tarde, passou-o ao Estado.
Construiu em 1956 o anexo – a ala esquerda do prédio. Criou a bandeira escolar, sob os dizeres em língua latina: IN ALTUM, que significa “para o alto”!
Em 1960 revitalizou a fanfarra. Dotou o educandário de ótima biblioteca e excelente arquivo. Trabalhou incansavelmente - a custo de sacrifícios pessoais - para a instalação do Curso Normal, concluído em 1968.
Ao deixar a vida sacerdotal, o sentimento do dever cumprido e um rosário de significativas obras. Com apenas duas mãos e um coração abrasado pela seta do mártir Sebastião, cumpriu por mais de três décadas a responsabilidade “age quod ages”, isto é, fazer “bem feito” o que tiver que ser feito.
É hora de todos os munícipes proclamarem de coração aberto a expressão MUITO OBRIGADO, em reconhecimento aos frutos hoje colhidos, cujas sementes foram lançadas ontem pelo companheiro Arantes.