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Regional
16/01/2013 16h42

Prejuízo pela seca no Lago de Furnas chega a R$ 100 milhões, diz Alago

Nível do lago está 15m abaixo do normal, prejudicando produtores e turismo.

A chuva constante dos últimos dias no Sul de Minas trouxe alguma esperança aos moradores que vivem no entorno do Lago de Furnas, que enfrenta uma seca desde meados de outubro do ano passado. Porém, a situação continua preocupante. De acordo com a Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago), o prejuízo causado pela baixa do reservatório pode chegar a R$ 100 milhões, e é necessária muita chuva para o lago recuperar a sua abundância.

Onde havia água, agora se encontra mato. Este é o cenário que os moradores da região têm se habituado a observar. Em alguns pontos, o Lago de Furnas virou até pasto para o gado. Na propriedade do seu Antônio Alberto, que fica em Areado (MG), pela marca na pilastra é possível ver a altura que a água atingia.

Porém agora, toda a área que pertencia à água teve que ser cercada. Segundo ele, onde o gado ia matar a sede agora serve de pasto. “Eu tive que levantar uma cerca, porque a água impedia que eles fugissem, mas sem ela, eles podem escapar”, explica o produtor rural.

 

Em julho de 2012, o nível do Lago de Furnas começou a baixar e chega a quase 15 metros abaixo do limite máximo hoje, situação que refletiu na economia das 34 cidades banhadas pela represa. “O prejuízo desta seca deve chegar a R$ 100 milhões, que se reflete em todos os setores que vivem do lago, desde a agricultura, pecuária, até o turismo e o comércio na região”, explica o presidente da Alago, Fausto Costa.

Desde 2001, quando o nível da represa esteve na mesma situação, os produtores e empresários não sofriam com tantos prejuízos. Fama (MG), com apenas cinco mil habitantes, é um dos exemplos de cidades que se desenvolveram em função da represa. Agora, sem atrativos para os turistas, a situação está preocupante.


Falta de água em Furnas deixa prejuízo milionário. (Foto: Reprodução EPTV)
Falta de água em Furnas deixa prejuízo milionário. (Foto: Reprodução EPTV)

“A gente recebe visita de turistas que vêm para desfrutar a beleza da água, mas eles chegam aqui e não encontram isso mais. Os turistas sumiram, e 80% do movimento da cidade depende desse turismo”, conta o prefeito da cidade, Angelo Henrique Saksida.

O empresário Gilson Miranda Horta sente na pele o problema. Ele faz manutenção em lanchas, e sem boas condições para a navegação no lago, a oficina dele está praticamente parada. “Caiu em torno de 80% o movimento aqui”, lamenta ele.

Com o início das chuvas no Sul de Minas, o cenário começou a mudar. O nível da represa já subiu pouco mais de um metro. Hoje o volume útil da represa está em 17,51%, sinônimo de uma leve recuperada. O que entra de água no reservatório de Furnas hoje é mais de sete vezes maior do que o que sai.

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico, nesta terça-feira (15) entravam no lago  2,922 litros por segundo e saíam 405 litros. Em primeiro de dezembro de 2012, o volume de água que passava pelos vertedouros era bem maior do que o que entrava.

“Estamos há quatro, cinco dias com chuva direto, mas não basta, tem que chover em todo o Sudeste, sem pausas, para começar a subir o nível”, explica Costa. Para a comerciante Rita Maria da Silva, essa chuvinha é sinônimo de esperança. Ela acompanha todos os dias a evolução do lago desde a volta da chuva. “Eu estou vendo que ele está subindo... Que chova muito mais”, diz, esperançosa, a comerciante.


Fonte G1

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