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23/09/2024 23h58

PRESIDENTE JK Há 122 anos nascia o estadista que deu autoestima aos brasileiros

*Por Silvestre Gorgulho

“Tive o privilégio de viver os Anos Dourados. Tínhamos que correr atrás do Brasil. O presidente JK, com sua energia e sua ousadia, conseguiu substituir o hábito do sofrimento pela pedagogia do prazer. O brasileiro passou a ter autoestima” lembra, sempre, o cineasta Cacá Diegues. Verdade absoluta! E hoje, quando o Presidente faria 122 anos, uma de suas obras mais icônicas faz homenagem especial para lembrar a data de seu nascimento: o Instituto Histórico e Geográfico de Brasília. O advogado e escritor Paulo Castelo Branco preparou com esmero uma tarde cultural para lembrar JK. Além de pronunciamentos de acadêmicos, acontece na sede do IHG-DF um sarau com serestas e recital de poemas.

Apenas para lembrar, o Instituto Histórico e Geográfico do DF foi um presente de JK ao Brasil. Criado em 8 de dezembro de 1960, caminha para fazer 64 anos. A ATA da criação do IHGDF foi assinada pelo presidente JK, pelos ex-prefeitos de Brasília Israel Pinheiro, Paulo de Tarso Santos, Sette Câmara e ainda por Lucio Costa, Gilberto Freire, André Malraux e até pelo vice-presidente João Goulart. O primeiro presidente foi o ex-ministro do Trabalho, Júlio Barata.

JK justificou assim a criação do Instituto: “Foi escolhida a data de hoje consagrada no Brasil ao culto da Justiça – Dia da Justiça – por entenderem os signatários do presente documento que há estreitas ligações entre o juiz e o historiador, entre a Justiça e a História, pois em seu ofício, historiadores e juízes formulam a síntese dos documentos e prestigiam em tese a tradição em que encontram as raízes da Balança de Themis e a Túnica de Clio”.

Há 122 anos nascia Juscelino Kubitschek, em Diamantina. Há 68 anos, em 31 de janeiro de 1956, o médico-tenente da Polícia Militar de Minas Gerais, ex-prefeito, deputado e governador de Minas Gerais, tomava posse como o 21º Presidente da República do Brasil. E cumpria sua primeira promessa de campanha quando, em 18 de abril, assinava a “Mensagem de Anápolis”, enviando ao Congresso o projeto de lei, prometendo mudar, em 21 de abril de 1960, a capital federal do litoral para o Planalto Central.

Há 68 anos, JK iniciava a construção da nova capital. Em 21 de abril de 1960, depois de 1.112 dias de obras, inaugurava Brasília.

Abraçadas nas comemorações dos 122 anos de JK, Diamantina e Brasília entram no túnel do tempo para bendizer e celebrar a História de um governante que mexeu com as entranhas geopolíticas e culturais do Brasil.

De Diamantina, o menino Juscelino enfrentou todas as dificuldades para estudar. Ele pegou estradas, saltou montanhas, cruzou fronteiras, ganhou o mundo, sorriu e chorou para, enfim, repousar sua História de vida e de maior

stadista brasileiro em um Memorial no Eixo Monumental de Brasília.

Uma História rica em brasilidade e pioneirismo.

Em coragem e magnanimidade.

O ex-presidente JK foi um construtor de sonhos. No poder, JK foi exemplo de empreendedorismo e de generosidade. Fora do poder, foi exemplo de luta pela Democracia. E, no exílio, foi um brasileiro que só pensava em Brasil, usando seu prestígio internacional para exaltar e trazer investimentos para seu País.

A construção de Brasília fez o Brasil colher um novo País do Centro-Oeste, do Cerrado e da Amazônia. Nos tempos de JK, o Brasil colheu efervescência cultural. O Brasil colheu a primeira Copa do Mundo, colheu Bossa Nova e colheu alegria. O povo brasileiro colheu o sentimento de que é capaz de construir o que parece impossível.

Mas nem tudo foram flores na vida de JK. Sofreu muitas injustiças. A verdade é que sua grande popularidade e sua pretensão de voltar à presidência em 1965 (JK 65) impuseram-lhe uma perseguição implacável do regime militar. Os anos passaram. JK virou unanimidade. Como bem lembra o historiador e jornalista Élio Gáspari, “hoje, todos os políticos brasileiros querem ser um JK quando crescerem. Um dia, talvez, algum consiga. Desde que aprenda uma lição: JK jamais disse uma má palavra dos brasileiros ou do Brasil. Foi um visionário que acreditou em ambos”.

*Silvestre Gorgulho – jornalista e ex-Secretário de Estado de Comunicação e de Cultura de Brasília.

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