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Regional
26/11/2015 17h47

Recanto do Saber e da Experiência celebra o Dia da Consciência Negra

Dia da Consciência Negra agitou os moradores e visitantes de Bom Jardim de Minas.

Apresentação coral CESAMA

Com a apresentação do Coral da CESAMA de Juiz de Fora com o Recital “Grito dos Palmares” e do Grupo de Capoeira do Bonfim – Mestre Pinheiro com participação de capoeiristas de Bom Jardim, Arantina, Resende, Barra Mansa, Juiz de Fora e outras o Recanto do Saber e da Experiência Dr. Celso Nardy Chaves celebrou no último dia 21 de novembro o “Dia da Consciência Negra”, instituído em âmbito nacional pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011.

Dados históricos oficiais apontam que em 1831 de uma população de 1.114 pessoas, o arraial do Bom Jardim possuía 38,1% de escravos sem contar, conforme os dados do censo, as crianças. O que leva a crer que a população de Bom Jardim nos tempos do Império era similar em proporção entre homens negros e brancos.

Comprovação inequívoca da influencia africana em nossa cultura é termos o nome de um dos nossos principais símbolos com dialeto africano: o Morro do Caxambu, cujo nome já é assim registrado em documentos do século XVIII, comprovação da beleza e da influência africana em nossa terra.

Caxambu é uma espécie de batuque (tambor) que os negros dançavam ao seu som. O nosso morro poderia ter seu formato? Ou seria ali que eram feitas as danças ao som do caxambu? De toda forma, até mesmo pela existência de vestígios de quilombolas no alto do morro (muro de pedra), temos como certo que os africanos e seus descendentes influenciaram a cultura local no início da formação da cidade.

Não bastando, temos no vocabulário bonjardinense as expressões: moleque, quiabo, fubá, caçula e angu. Cachaça, dengoso e quitute palavras que têm origem africana ou referem-se a alguma prática desenvolvida pelos africanos escravizados que vieram para o Brasil durante o período colonial e imperial, estas todas e outras mais expressam a grande influência africana que há na cultura bonjardinense, o que soma as conclusões das pesquisas que fizemos nos livros de registro do Cartório de Pessoas no qual encontramos registros oficiais de compras, trocas, recebimento em herança e liberdades aos escravos.

No campo religioso há muito era celebrada a Festa em honra a Benedito e existia até inicio do século XX em Bom Jardim de Minas uma espécie de ordem religiosa ou pia dedicada à devoção a Senhora do Rosário, traços típicos da influencia cultural religiosa dos Africanos. Agregado a isso é forte em nossa cidade movimentos e traços familiares específicos dedicados a cultura tipicamente de origem africana como crenças e dedicação a samba e instrumento musicais.

Logo, não restam dúvidas, nem poderia existir, de que os homens e mulheres vindos da África tiveram papel fundamental na formação do nosso povo, notável a existência do Caminho do Comercio e o intenso trânsito que se fazia nesta região de mercadorias que eram conduzidos no tempo da escravidão que escreveu paginas tristes da história, mas que hoje deve ser valorizada como instrumento de efetivação da cidadania e instrumento de educação da gama dos direitos tidos como fundamentais e humanos, em especial a LIBERDADE.

O Recital apresentado com o título “O Grito dos Palmares” é fruto de um trabalho desenvolvido pelo Coral CESAMA, associação sem fins lucrativos, patrocinada pela Cia de Saneamento Municipal de Juiz de Fora/MG – CESAMA. O Coral tem a regência do Victor Cassemiro já tendo se apresentado em vários lugares do território nacional e exterior. Seu repertorio, neste particular, é composto por musicas de consagrados artistas da MPB, cantos tradicionais africanos, negro espiritual, samba enredo com apresentação artística e que foi desenvolvido como parte do Projeto Música na Praça: Bom Jardim em serenata promovido pelo Recanto do Saber e da Experiência com seu grupo de seresteiros e sertanejos.

José Francisco

Mattos e Silva

 


Apresentação projeto Música na Praça

Apresentação capoeira do Bonfim - Mestre Pinheiro

Fotos: José Francisco Mattos e Silva

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