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A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) inaugurou, nesta quinta-feira (22), três obras no Presídio de Varginha, na região Sul de Minas: a nova cozinha industrial, o canil da unidade e o Circuito Fechado de Televisão (CFTV) – um sistema de videomonitoramento com 24 câmeras que abrange toda a área interna e externa do presídio. Nas três obras, a mão de obra utilizada foi a dos próprios detentos custodiados no presídio.
A construção da cozinha industrial e do refeitório teve início em dezembro de 2010 e foi custeada pela iniciativa privada. Inicialmente, quatro detentos (dois homens e duas mulheres) passaram por treinamento técnico e já foram contratados para trabalhar na cozinha. Por meio desse trabalho, os presos serão responsáveis pela produção de comida da unidade, que, a partir de agora, será preparada dentro do presídio e distribuída tanto para os detentos quanto para agentes penitenciários e funcionários do setor administrativo.
Financiadas por meio de parcerias com a sociedade civil e comerciantes da cidade de Varginha, as obras do canil do presídio foram iniciadas em janeiro de 2010.
Já as obras para construção do CFTV, bem como a aquisição dos equipamentos do sistema de videomonitoramento (incluindo câmeras e monitores), foram realizadas com verbas do Conselho da Comunidade, da prefeitura e também da iniciativa privada. A nova aparelhagem de videomonitoramento reforçará a segurança da unidade prisional ao possibilitar o acompanhamento das alas da carceragem, pátios internos e externos, escola e portaria.
Parcerias para a ressocialização
O subsecretário de administração prisional, Murilo Andrade de Oliveira, celebrou a união da sociedade com o sistema prisional para que as obras se concretizassem. “Não estamos inaugurando apenas o canil, a cozinha e o CFTV, mas comemorando a união do sistema prisional com a comunidade de Varginha, por meio de todas as pessoas que acreditam e investem no trabalho de ressocialização dos detentos. Investimos na educação e capacitação dos indivíduos para que tenham a oportunidade de conseguir um emprego digno, sem que precisem voltar a delinquir. Nosso ideal é que o preso saia do presídio melhor do que entrou, para retornar à sociedade como uma pessoa de bem”, destacou.
O diretor referência da 6ª Risp e diretor-geral da Penitenciária de Três Corações, Leonardo Brocaneli Fagundes, agradeceu a todos os parceiros que contribuíram para a execução das obras no Presídio de Varginha e falou dos benefícios para a unidade. “As novas instalações vão oferecer melhores condições de trabalho para os servidores e mais conforto aos presos”, ressaltou.
Trabalho de presos
Cerca de 70 detentos trabalham, atualmente, no Presídio de Varginha. Os trabalhos incluem a produção de artesanatos, faxina da unidade, trabalho externo por meio de autorização judicial, parcerias com algumas empresas da iniciativa privada e parceria com a prefeitura, incluindo serviços gerais, limpeza urbana, entre outros. Trinta dos 70 detentos trabalham nessas parcerias com a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Obras, de Esporte, dentre outras. Uma das parcerias, que envolve também a empresa Coral Tintas, é a reforma e pintura do Estádio Municipal de Varginha.
Em 2011, Minas Gerais atingiu a marca de 11.500 presos trabalhando no Estado. No início do ano, eram cerca de 8.300, o que representa um crescimento de 30%. Com essa marca, Minas é o estado que, proporcionalmente à população carcerária, possui mais detentos trabalhando no país. Pelo trabalho, os presos recebem três quartos do salário mínimo e remissão de pena: a cada três dias trabalhados, um dia é retirado da pena a ser cumprida.
