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28/01/2021 14h19

STREET ART PÓS-COLONIAL

Andrelândia Inaugura série de pinturas murais ao ar livre

Em meio à pandemia, num momento em que nosso imaginário encontra-se de certa forma sufocado, um coletivo de artistas da zona da Mata mineira decidiu aventurar-se e trazer cores e novas formas para a visualidade de Andrelândia, criando assim o projeto Street Art pós-colonial, uma manifestação pública que registre histórias da origem de nossa terra de maneira livre, inventiva e propositiva de novos ambientes visuais na esfera pública. O grupo iniciou seus trabalhos em Janeiro de 2021 por meio de uma pintura mural ao ar livre na lateral do casarão colonial da Pousada Estalagem do Porto. Segundo o secretário de Cultura, Guilherme Landim, trata-se de um trabalho de suma importância para uma nova geração de artistas, que estão trocando modos de pensar a arte urbana, trazendo conceitos peculiares e uma identidade visual harmônica que traz uma história: “tornando a cidade uma galeria de arte pública e o mais importante é o fato de que a pintura traz uma forte relação com a arquitetura do espaço, interferindo e trazendo mais valor a este ambiente. Acredito que seja muito importante para o patrimônio da cidade manter sua originalidade, mas também se reconfigurar, trazendo encantamentos para para seu povo. Cuidamos da cidade como nosso jardim, habitamos espaços de beleza, dessa forma, precisamos que a população nos ajude a trazer novas configurações visuais de nossos lugares de vivência”.

Segundo Gilberto Medeiros, um dos artistas que realizou a obra: “assim como todos os trabalhos que eu faço, este trabalho demandou uma pesquisa prévia muito interessante. Eu já conhecia Andrelândia e sabia da ligação da cidade com a história do passado e sua ligação com a terra e a natureza e me inspirei nisso. Daí partiu a proposta de pintar a Pachamama como figura central, (do quíchua Pacha, "universo", "mundo", "tempo", "lugar", e Mama, "mãe", "Mãe Terra"), como a mãe natureza, provedora de tudo, ela rege o mundo. Pachamama é uma variação da deusa Gaia, Geia ou Gé (em grego: Γαία, transl.: Gaía), na mitologia grega, como elemento primordial e latente de uma potencialidade geradora imensa e essa potência surge a partir do caos”. O artista complementa a ideia da proposta visual: “Acho muito interessante os elementos que saem de Gaia, formando uma teia de significados da origem da cidade. Elementos que se reconfiguram em várias referências do local para o universal, no desenho original pensei os elementos que resgatam a história de Andrelândia, o café, o trem, o gado, a natureza, mas todas essas imagens são apresentadas em traços contemporâneos, ressignificados, não se tratando de uma pintura tradicional, o que traz outro panorama ao trabalho”.

A proprietária da pousada onde foi inaugurado o trabalho, Nair Azevedo, demonstra-se bastante instigada a propor novos olhares para Andrelândia e diz de onde surgiu a proposta: “Quando fui a Lyon, fiquei encantada de ver a quantidade de pessoas comentando a beleza dos murais públicos e esse era um sonho meu, trazer para minha cidade todas essas maravilhas, é um presente que busco deixar a todos”.

O trabalho foi realizado por uma dupla de pintores, segundo o artista Bio Marques, de Andrelândia “como artista local que fui escolhido para fazer esta obra, fico muito feliz em contribuir com o trabalho, acredito que Gilberto e eu tenhamos tido uma boa parceria, temos boas trocas, aprendi muito com ele. A propósito, a figura central do trabalho é muito interessante, Pachamama, a forma como é desenhada, suas cores fortes, luzes e traços refletem muito em sua originalidade”

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