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São Lourenço - Notícias
07/05/2015 16h33

70 anos da FEB são relembrados por ex-combatente centenário

Homenagem aos veteranos brasileiros que combateram na Campanha da Itália durante a II Guerra Mundial na defesa da Pátria, no mais cruel e doloroso conflito da história da humanidade

Entrevista com o Ten. Cel. Leonel Junqueira em  homenagem aos ex-combatentes da FEB

Por Gislene Vilela

 

Uma reportagem em homenagem aos 70 anos da Força Expedicionária Brasileira. Várias solenidades serão realizadas no Brasil relembrando o dia em que os oficiais do Exército alemão assinaram sua rendição às tropas aliadas, conhecido como o “Dia da Vitória”, dia 08 de maio.

Em reconhecimento da importância de todos os ex-combatentes que participaram da II Guerra Mundial no processo histórico do Brasil e em especial aos veteranos com vínculo com São Lourenço e outras cidades da região sul mineira, os 25.334 brasileiros - entre homens e as mulheres enfermeiras - nesta ocasião, serão representados através de uma entrevista com o ex-combatente e autor do livro “Força Expedicionária Brasileira – Fragmentos de história”, o Tenente Coronel Leonel Junqueira.

Jornal Correio do Papagaio: Fale um pouco do cotidiano no Front - frente de batalha.

Tenente Coronel Leonel Junqueira: Durante quase 365 dias de operações de guerra, seja perto ou distante do inimigo, nossas vidas tiveram em perigo. Pisávamos o mesmo terreno que antes era ocupado por ele, e que com a sua retirada, muitas minas mortíferas foram plantadas por ele.

JCP: A tomada de Monte Castelo pela FEB assinala entre as principais páginas da história militar brasileira?

TC Leonel: Sim. Não somente a tomada de Monte Castelo, mas também a de Montese. Estas foram as mais sangrentas batalhas travadas pela FEB.

JCP: Qual a lembrança que vem mais à memória sobre esse terrível episódio?

TC Leonel: Foi lembrar da morte de centenas de companheiros ainda jovens, que mesmo diante do perigo, ainda sonhavam em retornar à Pátria, para o merecido aconchego familiar.

 

JCP: O senhor pode nos contar um pouco sobre a diferença entre sua primeira e última viagem de navio? Sendo que na primeira ia rumo à guerra e na segunda foi para comemorar os 100 anos de vida.

TC Leonel: Sim. Na minha primeira viagem marítima, há mais de 70 anos, além do desconforto total (alimentação insuportável, pracinhas disputando quem vomitava mais, dormindo em duros beliches abaixo da linha d’água e um calor infernal), nosso navio mudava de rumo toda vez que detectava algum submarino inimigo à nossa espera. Senti-me como se estivesse viajando para o INFERNO. Isto me faz lembrar um dito popular: “Se fugir o bicho pega; se ficar o bicho come”.

Na segunda viagem marítima, em dezembro de 2014, era tanto luxo e conforto a bordo, que me senti desfrutando de um pedacinho do PARAÍSO.

JCP: Um ex-combatente centenário, com uma experiência de vida contendo tantos ensinamentos, pode deixar uma mensagem a toda a sociedade.

TC Leonel: Se os governantes soubessem das consequências desastrosas de uma guerra, antes de equiparem seus exércitos para a luta, tentariam resolver os problemas litigiosos através dos canais diplomáticos.

 

Nome de expedicionários com vínculo com a cidade de São Lourenço

Coronel Alírio Granja, 94 anos, veio morar na  Antônio de Oliveira Rezende, 92 anos, reside 
cidade em 2002 em São Lourenço desde 1970

 

 Falecidos:

Amadeu Tomé
Celso Expedito Nogueira
Darcy Coelho Neves
Dilson de Oliveira Salomão
Geraldo José da Silva
Geraldo Valeriano
Itamar Antônio Alves
José Gonçalves
Jerônymo Fernandes Oliveira 

Moacyr José Gonçalves
Nadra Chaib
Ocimara Ribeiro Barbosa
Otávio Frauzino
Paulo Brandão Gaspar
Paulo da Silva Ribeiro
Rufino dos Santos
Maria de Lourdes Mercês Neves 

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