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São Lourenço - Notícias
26/03/2019 08h52

Estudo descobre que fontes do Circuito das Águas são resultado de acúmulo de mais de 30 mil anos

Pesquisadores concluíram que águas minerais são resultado de acúmulo das chuvas

Foto: Reprodução EPTV

Pesquisadores concluíram que águas minerais são resultado de acúmulo das chuvas

Um estudo da encomendado pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) descobriu que as águas minerais do Circuito das Águas de Minas Gerais são resultado de um acúmulo de mais de 30 mil anos de chuvas. As águas são mais antigas que Luzia, o fóssil mais antigo já encontrado no Brasil e que viveu em Minas Gerais há mais de 11 mil anos.

“Por meio de métodos geofísicos e também por meio de métodos isotópicos, usando isótopos de oxigênio, de hidrogênio, de estrôncio e de carbono, descobriu-se que essas águas do circuito vêm por meio de circulação profunda de áreas bem distantes”, disse o professor Antônio Carlos Pedrosa.

Para muita gente, as águas com propriedades para curar gastrites, úlceras e anemia são milagrosas. “Eu tinha diagnosticado gastrite erosiva e ao longo dos anos estou consumindo as águas aqui de Lambari, só tomando a água mineral em casa, e eu notei que com o decorrer dos anos o problema acabou”, contou o representante comercial Paulo Roberto Domingues.

Essas águas têm composições gasosa, alcalina, magnesiana, sulfurosa, entre outras. Elas são encontradas de forma abundante em todo o Circuito das Águas. Agora, de onde vem tudo isso, nem todo mundo sabe.

O estudo da Codemge vem sendo feito no entorno das estâncias de Caxambu, Cambuquira, Marimbeiro, Conceição do Rio Verde e Lambari.

Ele deu origem a um sistema de informações geoambientais, que mostra que os gases de cada amostra são tão antigos quanto a própria água. Eles surgiram não de matéria orgânica, mas sim de formações rochosas.

As fontes de Caxambu, por exemplo, que são mais salinizadas, teriam surgido em meio a rochas alcalinas, ou seja, no próprio morro do Caxambu. Já as outras fontes, das outras cidades, têm características mais parecidas, menos salinizadas e teriam se acumulado nas profundezas da Serra da Mantiqueira.

“E hoje tem a sua surgência nos parques do Circuito das Águas: no Parque de Caxambu, no Parque de Cambuquira, no Parque de Contendas e no Parque de Lambari”, completou o professor.

Agora os pesquisadores estão percorrendo a região com equipamentos e sensores para entender como e com qual intensidade essas águas estão chegando nas cidades.

“Isso tudo a gente vai saber o tipo de rocha que está aqui embaixo, se essa rocha transporta mais devagar essa água, se pode transportar de uma maneira mais rápida, se tem estruturas que facilitam essa passagem da água mesmo em toda a região”, disse o geofísico Valdir Rufino Santos Neto.

O trabalho deverá ajudar na elaboração de futuras políticas públicas para que toda essa riqueza dure ainda por muitos anos.

“É um bem que a gente tem que preservar por muito tempo mesmo, é uma maravilha, que venha mais 30 mil anos e muito mais”, disse a doméstica Flávia Alfredo.

Fonte: G1 Sul de Minas

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