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São Lourenço - Notícias
25/09/2014 10h00

História e tradição em 20 anos de resistência

Banda Antônio de Lorenzo comemorou 20 anos desde sua reativação


No dia 24 de setembro, a Sociedade Musical Antônio de Lorenzo celebrou 20 anos de reativação. O Correio do Papagaio foi conhecer um pouco mais da história da banda, saber quais as expectativas para o futuro e como a população pode participar.

Samuel Ernani Ferreira Pinto, presidente da Sociedade Musical, em entrevista ao jornal falou das raízes da banda, das conquistas, dificuldades e da satisfação de ver jovens tornando-se músicos e crescendo com disciplina e empenho na arte.

O objetivo da banda é cativar os jovens para o mundo musical, ensinando-os a tocar instrumentos. “Lá dentro tem disciplina, e onde tem disciplina tem educação. Os grandes músicos saíram de onde?  Das pequenas bandas, dos pequenos conjuntos”, explica Samuel.

E de fato, em tantos anos de ação sócio-cultural na cidade muitos foram os músicos que saíram formados pela banda e se profissionalizaram no meio.

“Isso é muito gratificante para nós, porque o jovem começa sua base justamente aqui, para amanhã ou depois procurar se profissionalizar da melhor maneira possível, procurando uma banda no Corpo de Bombeiros, na Polícia Militar ou até mesmo participar de orquestras”, continua Samuel.

A Sociedade Musical Antônio de Lorenzo contou estes 20 anos de atividade a partir de sua reativação, mas na realidade são 56 anos de história desde que foi fundada, em 1958, pelo frei João Bosco, com o nome “Banda Paroquial” e que, posteriormente, levou o nome do vigário de São Lourenço em sua homenagem.

Em 1961 houve mudanças na direção da banda, passando a ser regida pelo sr. Joaquim Ferreira, e após 10 anos, devido a dificuldades financeiras e de formação de novos músicos ela encerrou temporariamente suas atividades.

Pouco anos depois, músicos da antiga formação da Frei João Bosco reuniram-se e fizeram o sonho renascer, desta vez com o nome Sociedade Musical Antônio de Lorenzo, tendo como maestros os senhores José Ângelo de Oliveira e Miguel de Lorenzo.

Em 1985 a banda sofreu novamente com a falta de recursos e de músicos, tendo que fechar as portas mais uma vez. A enchente de 1986 levou grande parte do acervo musical e muitos instrumentos ficaram danificados.

Parecia que seria realmente o fim de um sonho. Mas a perseverança dos que fizeram a sua história junto com a banda foi mais forte, e em 24 de setembro de 1994 a Sociedade Musical Antônio de Lorenzo foi reativada, sendo seu maestro e professor o sr. Joaquim Ferreira, que não mede esforços para que a banda tenha continuidade, juntamente com o músico José Carlos, diretor musical e também professor de música.

Desde 1994 muitos momentos foram vivenciados pelos integrantes da Sociedade Musical. Samuel compartilhou alguns desses momentos que marcaram os 20 anos de reativação. “Momentos sempre existem, principalmente lá na banda. Quando chega um novo aluno é motivo de grande alegria para nós. Lembro também de uma viagem para Caraguatatuba, em 1997, fomos a um encontro de bandas, e por ser praia despertou um grande interesse em todo mundo. Na época tinha muita criança na banda e a criançada não conhecia praia. Foi um excelente passeio. As crianças e os adultos se divertiram muito. Fiquei muito satisfeito”, relembra.

O papel da banda é extremamente social e cultural, ensinando música para as crianças, adolescentes ou para qualquer pessoa que tenha interesse em aprender. A música ensinada vai do clássico ao popular; dobrados, valsas, samba, bolero. “Tudo o que traz alegria e que o povo gosta. O nosso repertório é muito grande e todas as músicas e estilos têm qualidade”, garante Samuel.

Ainda assim, como se pode ver pela história da banda, as dificuldades ainda acontecem.  Segundo Samuel, a formação de músicos é uma delas. “Hoje em dia o jovem prefere ficar na frente de um computador, no celular. Isso é uma dificuldade muito grande”, lamenta o músico.

Samuel acha que o trabalho para cativar o jovem e levá-lo a participar da banda não pode parar, uma vez que ele se integra facilmente, e que a linguagem da música, tão eclética como é, atrai todos os públicos.

Outra dificuldade sentida ao longo dos tempos são as limitações financeiras. “Não queremos que a banda acabe de forma alguma. Passamos muita dificuldade e estamos buscando sempre parcerias, até porque é muito triste uma cidade sem banda de música”, reitera Samuel.

Ainda assim as expectativas são muito boas e a banda está de braços abertos para receber novos integrantes que queiram aprender e participar da história musical da cidade.

“Queremos que as pessoas tomem conhecimento que aqui em São Lourenço existe uma banda de música, e queremos também que as pessoas venham aprender a tocar instrumentos. E se não vierem os novos alunos um dia a banda irá acabar, até porque vamos ficando mais velhos e as peças têm que ser substituídas”, conclui.

Atualmente a banda conta com quase 30 participantes, onde os mais jovens são adolescentes de 13, 14 anos, e o mais idoso o sr. José, com mais de 80 anos. “Em qualquer idade é possível aprender. Temos um aluno que começou com mais de 60 anos”, diz o presidente.

A participação na escolinha e na banda está aberta a todos e é gratuita. As aulas acontecem nas terças e quintas, no horário de 19:30h às 22:00h e os ensaios são nas quartas e sextas feiras, das 20:00h às 22:00h, na sede da Sociedade Musical, rua Jaime Sotto Mayor, 375, no bairro Federal.

 


por Deborah Penna

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