Há 75 anos, o TG contribui para a formação cidadã de milhares de jovens de São Lourenço
Por Pablo Teixeira
Representantes de Entidades e parceiros do Tiro de Guerra 04-024, - implantado no ano de 1942 em São Lourenço, - formalizaram a entrega de uma carta na abertura de uma reunião ocorrida entre o Exército Brasileiro e o Poder Executivo Municipal, no dia 28 de setembro.
O documento, - assinado por diferentes seguimentos da sociedade civil organizada, - relata a preocupação de um suposto encerramento das atividades do Tiro de Guerra no município, devido a questões burocráticas que estão sendo discutidas entre Exército, Prefeitura e Câmara Municipal.
O principal motivo, por parte da Prefeitura, é o possível descumprimento de uma cláusula do acordo de cooperação firmado entre o Município de São Lourenço e Exército Brasileiro, a qual prevê que o município deve fornecer uma moradia ao Chefe de Instrução do Tiro de Guerra.
Para a solução do problema, a Prefeitura precisa enviar à Câmara Municipal um projeto de lei alterando um dispositivo da Lei Orgânica Municipal, além da criação de uma dotação orçamentária própria.
Na última reunião Ordinária da Câmara Municipal do dia 16 de outubro, o vereador Natanael Paulino de Oliveira entrou com uma Indicação solicitando à prefeita Célia Shiguematsu Cavalcanti Freitas Lima “(...) que proceda, com a máxima urgência, a alteração na Lei Orgânica Municipal, no artigo 27, inciso XV e também na lei orçamentária, para reservar, em consonância com as leis vigentes, dotação orçamentária específica para acobertar despesas referentes à moradia do Chefe de Instrução do Tiro de Guerra 04-024, a fim de evitar o encerramento das relevantes atividades do Tiro de Guerra em nosso Município”.
Na sequência da reunião, o presidente da Casa, Agilsander Rodrigues da Silva declarou que “(...) eu não consigo enxergar um governo que deixa uma história de 75 anos apagar e acabar”.
A população tem se manifestado através das redes sociais e meios de comunicação e espera a única solução, ou seja: a permanência do Tiro de Guerra em São Lourenço.
Um breve Histórico
No ano de 1941, o então prefeito municipal de São Lourenço, Dr. Humberto Sanches, delegou ao cidadão de influência sociopolítica Joaquim Dutra a missão de criar o Tiro de Guerra nesta cidade e assim iniciou uma grande jornada na busca de sua implantação. Após uma incansável batalha, no dia 05 de setembro de 1942 foi criado o Tiro de Guerra 256, no bairro Estação, que após numerado recebeu um número 155. A sede do TG mudou-se para a Rua Coronel José Justino, 466, antes de ser transferida para onde é hoje a atual sede da Funsaúde.
Em 1980, houve uma reformulação na estrutura organizacional dos Tiros de Guerra da 4ª Região Militar e o Tiro de Guerra de São Lourenço passou a ser denominado TG 04-024, o vigésimo quarto TG fundado sob o Comando da 4ª Região, situando-se a Rua Madame Schimidt, 58, bairro Federal. No dia 29 de setembro de 2013, foi inaugurada a nova sede na Rua João Ayres Filho, 475, bairro Vila Nova.
Fonte: Revista O Atirador – Informativo do Tiro de Guerra 04-024.
Fotos: Gislene Vilela
Membros da Comissão pró TG entregam ao vice-prefeito, Leonardo de Barros Sanches, a carta assinada por representantes de diferentes Entidades do município
Cel. Chefe do Escalão Pessoal/ Comando da 4º Região Militar, Mauro Sathler Gripp, recebe da Comissão pró TG um manifesto de defesa da permanência do Tiro de Guerra
Carta aberta dos amigos, parceiros, colaboradores e ex-atiradores do Tiro de Guerra
Quem nunca precisou de uma mão amiga nesta vida? Ou em outras ocasiões, de um braço forte?
Um braço forte e uma mão amiga sempre são bem vindos. Queremos ter por perto esse braço forte e essa mão amiga. Quem não os tem, quer ter.
Não é justo que quem já os tenha, sofra esta perda irreparável.
BRAÇO FORTE E MÃO AMIGA - justamente o lema do Exército Brasileiro. Em São Lourenço tem sido representado por 75 anos pelo nosso querido Tiro de Guerra.
Infelizmente, em São Lourenço estamos correndo o sério risco de perdermos tudo isso, por um pequeno desencontro. O Poder Executivo entende que não deve investir um pequeno valor na manutenção da moradia do Chefe de Instrução, sendo que tal compromisso está previsto em convênio, que sempre foi submetido ao crivo do Tribunal de Contas do Estado, Câmara Municipal e que em todas as outras cidades é assinado entre o Exército e a Prefeitura.
Caso o aluguel da moradia do comandante do Tiro de Guerra não seja pago pelo município, haverá quebra de um dos termos do convênio. Dessa forma, correremos o sério risco de que seja extinto o quartel em São Lourenço.
É muito importante que tal não aconteça, pois em tempos de crise, como nas enchentes que enfrentamos, o Tiro de Guerra sempre foi parceiro de primeira hora. Nas campanhas humanitárias (Campanha do agasalho, por exemplo), ações de saúde (vacinações de animais, por exemplo), eventos de cunho turístico, cultural ou social (Sacode a Praça, Peregrinação de Nhá Chica, Corrida da Independência...) e visitas cívicas a Instituições de Ensino, asilos etc. O Tiro de Guerra sempre se fez presente. São atitudes de responsabilidade social, às quais refletem a história individual e a preciosa formação do espírito humanitário e cidadania que os atiradores de nossa comunidade – mais de 5000 têm recebido naquela Casa.
O Tiro de Guerra é um marco na vida de cada um desses jovens. Uma experiência impar que apenas pode ser vivenciada nesse tipo de Unidade. Além das atividades sociais e militares que são desenvolvidas nesse período, os atiradores constroem momentos que ficam marcados no coração e na alma de cada um. Esses momentos repercutem na postura do adulto que vai constituir uma vida na sociedade alicerçada na ética, respeito, amor ao próximo e a sua comunidade.
Com o fechamento do Tiro de Guerra em São Lourenço, os jovens de nossa cidade poderão ser obrigados a prestar o serviço militar obrigatório em cidades distantes, como Itajubá ou Três Corações, separados do convívio familiar, impossibilitando que os mesmos trabalhem e estudem.
Inativos e pensionistas das Forças Armadas, já idosos, podem se apresentar para o necessário recadastramento anual aqui mesmo em São Lourenço, sem necessidade de deslocarem para centros maiores e distantes de nossa cidade.
A cidade tem que crescer e não diminuir. Não é justo perdermos o que outras gerações lutaram para conseguir e manter. Devemos caminhar rumo ao progresso, e não ao retrocesso.
Contamos com você nessa luta, protegendo quem nos protege, lutando por quem luta por nós.
Unamo-nos, por São Lourenço e pelo Brasil, os nossos braços fortes e mãos amigas, para protegermos o patrimônio de nossa comunidade.