Leia nossas últimas edições
Fotos: Jorge Marques
Um dia para falar sobre inclusão da Pessoa com Deficiência e provocar a reflexão na sociedade nos 360 dias do ano. Foram assim as comemorações dos 60 anos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de São Lourenço, a primeira a ser instalada em Minas em Gerais.
O evento, realizado na Praça Brasil, em São Lourenço, no dia 11 de junho, teve por objetivo mostrar para a sociedade que é possível e normal conviver com a diversidade. Foram 60 bolos que representaram um para cada ano da entidade e do Movimento Apaeano do Estado, além de apresentações culturais com dança, música, mágica, pipoca, brinquedos, pinturas no rosto, entre outros.
Os primeiros alunos da Apae foram homenageados no evento, que ainda contou com a participação das Apaes dos municípios de Caxambu, Dom Viçoso, Itamonte e Itanhandu. Todas fizeram apresentações culturais.
De acordo com o presidente voluntário da Apae de São Lourenço, Eduardo Gonçalves, as comemorações são o início de um projeto em que todos os anos a Apae vai para a praça. “Nossa intenção foi levar a sociedade a uma reflexão sobre a inclusão da Pessoa com Deficiência. Queremos que as pessoas participem de uma sociedade de igualdade de oportunidades, por isso, precisamos sair dos muros da Apae”, disse Eduardo Gonçalves, que é pai de uma criança com deficiência.
Para o presidente da Federação das Apaes (Feapaes) de Minas Gerais, Eduardo Luiz Barros Barbosa, esse tipo de evento faz com que a sociedade perceba e veja a Pessoa com Deficiência de forma inclusiva. “A convivência com a Pessoa com Deficiência muda os conceitos de relações interpessoais entre as pessoas, pois quebram qualquer preconceito existente devido à simplicidade, ingenuidade e pureza dessas pessoas”, afirmou Eduardo Barbosa.
A enfermeira Gisele Almeida é mãe da Manuela Almeida, de quatro anos. Manuela estuda em escola regular, mas faz tratamento na Apae de São Lourenço. “A Apae é extremamente importante para as crianças e para as famílias. Essa ação traz uma divulgação para as pessoas terem consciência da importância da entidade”, disse Gisele Almeida.
 |
 |
 |
 |
Perla Conseza Arruda trabalhou durante 27 anos na Apae de São Lourenço. Foi professora durante 18 anos e ao longo de nove anos foi diretora. Já faz 20 que está aposentada e até hoje quando encontra com ex-alunos na rua é abraçada e beijada.
“Nosso maior retorno é quando vemos nossos ex-alunos casados, com filhos e emprego. Aprendi a ser paciente. Nada na Apae é imediato. Os resultados são no mínimo para cinco anos. Tem alunos que estão há 30 anos na entidade. Aprendi para minha vida os três valores que norteiam o trabalho: intensidade, constância e duração”, disse a ex-professora.
Apae de São Lourenço
A implantação da entidade em São Lourenço partiu da mobilização de pais de filhos com deficiência que buscavam um atendimento especializado. Atualmente instalada em uma estrutura com dois pavimentos, a Apae começou a funcionar há 60 anos em uma casa com 4 quartos.
Nos dias de hoje a Apae atende 240 Pessoas com Deficiência com uma capacidade instalada adequada para o atendimento. São ao todo 52 profissionais atuando nas áreas assistenciais de saúde, educação escolar e culturais. Entre os profissionais estão médicos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, professores, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, educadores físicos, psicólogo, entre outros. As atividades ofertadas são capoeira, zumba, percussão, fanfarra e coral.
 |
 |
Os recursos que mantém a Apae são provenientes de convênios com as Secretarias de Saúde, Educação e Assistência Social do Estado e Município. Possui subvenção social e recebe contribuições de pessoas físicas e empresas.
Ajude a Apae
Segundo o presidente voluntário da entidade, os recursos provenientes da sociedade civil são imprescindíveis para manter os serviços em pleno funcionamento. “Mesmo recebendo os recursos dos convênios com órgão públicos, a doação que recebemos das pessoas físicas e das empresas é que nos permite manter os serviços que prestamos. Toda ajuda que recebemos é bem vinda”, explicou Eduardo Gonçalves.
As doações para Apae podem ser efetuadas através da conta de água do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de São Lourenço, boleto bancário e doação espontânea. A conta corrente para depósitos é no Banco do Brasil / Agência: 09830 / Conta Corrente: 14666-8.
Mais informações pelo telefone (35) 3332-2560 e no site: www.apaesaolourenco.org.br.
 |
 |
