São Lourenço realiza terceira edição da Comenda Ambiental

A Comenda Ambiental Estância Hidromineral de São Lourenço foi idealizada em 2011 para homenagear, anualmente, aqueles que, de acordo com os organizadores, “desenvolvem ações em prol do turismo e da preservação ecológica e ambiental”, e nesta edição condecorou 170 indicados, entre políticos, jornalistas, juristas, militares e representantes da sociedade civil. A programação é coordenada pela chancelaria da Comenda.

O tradicional desfile da Ordem dos Cavaleiros da Inconfidência Mineira aconteceu na quinta feira (21) à noite, saindo da rodoviária em direção à Praça João Lage, conduzindo um baú contendo, simbolicamente, as medalhas até o local de entrega da Comenda Ambiental, onde os cavaleiros receberam, no início da cerimônia, o “Fogo Simbólico da Liberdade”, que foi levado pelos caminhos da Estrada Real até Ouro Preto, onde foi acesa a Pira da Liberdade na cerimônia de entrega da Medalha da Inconfidência.

Em São Lourenço, desde o início do percurso dos cavaleiros, até à saída da cidade, viaturas das polícias Militar, Montada e Corpo de Bombeiros acompanharam a marcha.

A solenidade de entrega das medalhas da Comenda, que tem como chanceler Eugênio Ferraz, Diretor Geral da Imprensa Oficial de Minas Gerais, foi conduzida pelo presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Dinis Pinheiro.

O prefeito de São Lourenço destacou a importância do evento para a projeção de toda a região sul-mineira, lembrando ainda do projeto para construção do aeroporto regional de Caxambu e do convênio com a Funasa para tratar do lixo de nove municípios como importantes ações de integração, que visam o desenvolvimento da região. O prefeito também anunciou a iniciativa do Ministério Público de Minas Gerais, que propôs o Tombamento do Parque das Águas como patrimônio cultural, e das águas minerais, classificadas como bem imaterial.

Educação e acessibilidade

Na manhã de quinta-feira, o Projeto Espaço Ciência Itinerante, do Instituto Inhotim, na Praça João Lage - que ficou aberto ao púbico até o sábado – recebeu adultos, crianças e jovens. Moradores e turistas visitaram a tenda, onde estudantes e professores participaram das atividades no espaço interativo, equipado com lupa eletrônica, microscópio, projeção de vídeos ambientais educativos e modelos didáticos da fauna e flora do Inhotim.

A interatividade teve por finalidade revelar o incrível mundo macro e micro de bichos e plantas, aliados à conservação da biodiversidade.

O Projeto Saci levou para a Praça diversas atividades de educação e conscientização ambiental destinadas a jovens e adultos, como oficinas, brinquedoteca, livros e mostra de cinema.

A Sociedade Musical Antônio De Lorenzo apresentou-se à noite na solenidade, além do músico Marcus Viana e a orquestra Transfônica.

Na manhã de sexta feira foi realizado, na Câmara Municipal, o Seminário sobre Acessibilidade em Cidades Turísticas, que teve como principal objetivo despertar a atenção e conscientização de autoridades e comunidades sobre a importância do acesso de deficientes físicos em cidades de atrativos turísticos. Ainda na sexta, à noite, foi a vez da seresta do projeto Minas ao Luar prender a atenção de centenas de pessoas. No sábado houve também a apresentação da Banda da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, composta por músicos do 20º e 29º Batalhões de Polícia Militar. Centenas de pessoas compareceram para assistir a tocata da banda de música, que apresentou um repertório especialmente escolhido para a ocasião. Sob a regência dos maestros: Cap PM André Benedito Mantovani; 2º Ten PM Ricardo Rosental de Carvalho e Sub Ten Wellington Vieira da Silva, os músicos encantaram os presentes que se emocionaram ao longo de toda a apresentação.

Mas nem tudo é comemoração

Paralelamente ao evento, o grupo Amar’Água, de São Lourenço, realizou uma manifestação pacífica no Calçadão, na quinta feira (21), onde exibia faixas e colhia assinaturas que pediam o tombamento das águas minerais que, de acordo com os integrantes, “sofrem grave risco de esgotamento caso as autoridades continuem permitindo que grandes volumes de água sejam explorados pela Nestlé para engarrafamento”.

“Nossas águas, colocadas em garrafas, deixam de ser as águas minerais, de propriedades curativas, que podem ser tomadas nas fontes. Suas composições físico-químicas são alteradas, são esterilizadas, e elas se tornam apenas potáveis como quaisquer outras. E para isso, grandes quantidades de águas medicinais, valiosas para a comunidade e para o nosso turismo vêm sendo extraídas há anos, diária e ininterruptamente, sem qualquer preocupação das autoridades, como já alertou, em 2003, o próprio Eugênio Ferraz, chanceler da Comenda Ambiental, em artigo publicado no jornal O Estado de Minas, conforme pode ser lido na internet, no endereço aguasdesaolourenco.wordpress.com  Esperamos, inclusive, que ele se junte a nós no combate a essa exploração, um assunto extremamente preocupante que sequer é abordado, em nenhum momento, na solenidade, como se não interessasse divulgar. São Lourenço precisa não só do tombamento do Parque, mas principalmente do tombamento das águas minerais urgentemente. Só assim será possível salvá-las do esgotamento”, declaram Carlos Roberto da Cunha e Nair Ribas D’ávila, integrantes do Amar’Água.