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São Lourenço - Notícias
03/08/2022 12h53

São Lourenço e a Academia Brasileira de Letras em sua caminhada dos 125 anos de existência

Imortais da ABL visitaram a cidade e vários foram homenageados com nomes de praças, ruas e alamedas

 

Zuenir Ventura e integrantes do Jornal Correio do Papagaio

Por Gislene Vilela

A Academia Brasileira de Letras (ABL) é uma instituição cultural, sediada no Rio de Janeiro, criada em 20 de julho de 1897, tendo como seu primeiro presidente Machado de Assis, cujo objetivo é o cultivo da língua e da literatura nacional. Na semana de seu aniversário promoveu uma série de eventos. Em homenagem à data da criação, no último dia 20, um dos maiores cartões postais do Brasil, o Cristo Redentor foi iluminado de verde escuro, cor oficial da instituição.
Esta reportagem registra, em alusão a relevância da ABL na memória, tradições e cultura do Brasil, que em diferentes décadas, acadêmicos visitaram São Lourenço e alguns até escreveram sobre a cidade.
Uma das principais avenidas do Município leva o nome de um acadêmico: o ex-presidente Getúlio Vargas, terceiro ocupante da cadeira nº 37 da ABL. Em 1931 hospeda-se no Hotel Brasil com sua família e comitiva. Transfere o Governo Federal para os seus aposentos durante sua permanência na cidade. Ainda durante aquela estadia, em 15/03, plantou uma muda de pau-brasil no Parque das Águas e a bela árvore nonagenária permanece até hoje como um marco histórico. Retornou a São Lourenço para novas temporadas de descanso em 1934, 1938, 1941 e na sua última visita em 1954, ano de sua trágica partida. “... durante minha permanência na estância mineral de São Lourenço, onde passei uma temporada realmente feliz, levam-me a opinar pela excelência de suas águas e métodos de tratamento”.
Manuel Bandeira, terceiro ocupante da cadeira nº 24, é um dos mais importantes poetas da literatura Brasileira. Por recomendação médica, veio a São Lourenço em 1938 tratar sua saúde com as propriedades terapêuticas das águas minerais. No Parque das Águas remou no lago e, posteriormente, mencionou a cidade no poema Desafio. “Não sou barqueiro de vela/Mas sou um bom remador/No lago de São Lourenço/Dei prova do meu valor...”.
O sétimo ocupante da cadeira nº 32, Zuenir Ventura, palestrou no Iº Encontro de Mídias que reuniu grandes nomes do jornalismo em São Lourenço em 2016. Dias depois, em 23/03, o colunista do jornal O Globo escreveu na crônica intitulada Dando um tempo na crise: “... não se estresse e faça como eu, que me refugiei em São Lourenço, onde, além de receber a honrosa “Comenda ambiental” e participar de um seminário sobre jornalismo, passei o fim de semana gozando os ares e a água dessa cidade famosa por ser uma estância de cura - não só física, mas também mental...”.

Getúlio Vargas e João Lage em São Lourenço                                                Manuel Bandeira no Parque das Águas em 1938

No boletim 25 de 2015 da ABL, encontramos a informação de que a acadêmica Nélida Piñon, quinta ocupante da cadeira nº 30, esteve na Estância Hidromineral onde foi agraciada com a “Comenda Ambiental”, em reconhecimento ao seu afeto pela cidade e os inúmeros registros que faz em sua obra advindos das diversas visitas a São Lourenço desde sua infância.
No município de São Lourenço existem várias ruas e alamedas com nomes de imortais da ABL: Ruy Barbosa, Barão do Rio Branco, Casimiro de Abreu, Castro Alves, Santos Dumont, Miguel Couto, Evaristo da Veiga, entre outros.
Fato interessante na cidade é o bairro Solar dos Lagos constituído por 18 alamedas que homenageiam escritores e poetas, 12 foram membros da ABL: Manuel Bandeira, José de Alencar, Euclides da Cunha, Olavo Bilac, Mário Palmério, Graça Aranha, Fagundes Varella, Joaquim Nabuco, Raul Pompéia, Coelho Neto, Jorge Amado e Machado de Assis.
No Decreto nº 591/1984 da Prefeitura Municipal de São Lourenço, no qual denominou os logradouros públicos do referido bairro, vale ressaltar as considerações: “Que a memória dos cultores e artesãos da Língua Pátria merece ser cultuada, pois que perfazem o liame entre o passado e o futuro, bem como mantêm viva a expressão cultural e a identificação da nacionalidade; que os literatos da prosa e do verso, são construtores da nossa literatura; historiadores de nossas épocas; cinzeladores do belo; manifestadores da ideia; cultores do pensamento e vates que inspiram a grandeza do homem brasileiro”.
Que a verdejante luz da ABL continue espargindo o saber e a cultura até os distantes rincões da Pátria assim como tem iluminado a pequena São Lourenço.


Crédito de fotos- Diretoria de Cultura de São Lourenço e Correio do Papapgaio

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