Sãolourenciano eleito novo presidente da União dos Escoteiros do Brasil

Alessandro Garcia acompanhado de sua família – todos participantes do Escotismo

Por Gislene Vilela

Com 38 anos de atividades no movimento escoteiro, Alessandro Garcia Vieira foi eleito, pelo Conselho de Administração Nacional, em reunião realizada no último fim de semana do mês de agosto, presidente da União dos Escoteiros do Brasil (UEB). Ele e os demais integrantes que compõem a nova Diretoria Executiva Nacional tomarão posse em abril de 2016. O novo diretor presidente concedeu entrevista exclusiva ao Jornal Correio do Papagaio.

 JCP - O que é o Escotismo?

Alessandro - O Escotismo é um movimento educacional de jovens, voluntário, sem vínculos a partidos políticos, que valoriza a participação de pessoas de todas as origens sociais, raças e crenças.

Atualmente o escotismo está presente em 223 países e territórios ao redor do mundo, possuindo um efetivo superior a 40 milhões de participantes, o que o torna o maior movimento de juventude do planeta! Sua existência está solidificada ao longo de mais de um século de atuação, na medida em que foi criado em 1907, na Inglaterra, por Robert Baden-Powell. No Brasil o escotismo chegou em 1910 e instituiu-se a União dos Escoteiros do Brasil - UEB - em 1924.

JCP - Em que se baseiam as atividades dos escoteiros?

Alessandro - As atividades escoteiras são extremamente atraentes e variadas, preferencialmente ao ar livre, envolvendo acampamentos, excursões, jogos e dinâmicas de grupo, projetos nas áreas de sustentabilidade e de ação comunitária, atividades sociais e culturais, dentre muitas outras. Cada atividade é oferecida de acordo com a faixa etária, em grau de progressividade, na medida em que trabalhamos com Lobinhos(as) [de 6,5 a 10 anos], Escoteiros(as) [de 11 a 14 anos], Seniores/Guias [de 15 a 17 anos] e Pioneiros(as) [de 18 a 21 anos]. O grande diferencial é que cada atividade é cuidadosamente desenhada para colaborar com as crianças e jovens na aquisição de conhecimentos e habilidades úteis, bem como na incorporação de atitudes (valores). Ou seja, por intermédio da experiência vivenciada, decorrente das atividades programadas, cada participante pode adquirir e aprimorar competências que serão fundamentais para o seu futuro.

JCP - No processo educacional, quais são as propostas nessa área para os membros?

Alessandro - O propósito do escotismo é contribuir para que os jovens assumam o seu próprio desenvolvimento, especialmente do caráter, ajudando-os a realizar suas plenas potencialidades físicas, intelectuais, sociais, afetivas e espirituais, como cidadãos responsáveis, participantes e úteis em suas comunidades.

JCP - Quais as vantagens das crianças e jovens participarem do movimento?

Alessandro  - O Escotismo se materializa mediante a vivência em unidades com faixa etária definida e número limitado de participantes, sob a orientação de adultos (educadores voluntários) que são capacitados pela associação para realizarem a tarefa de facilitadores, de mediadores entre o ambiente e o jovem. Isso permite o aprendizado da vida em equipe, assumindo responsabilidades progressivas, com orientação individual baseada na plena confiança nas potencialidades dos jovens. Permite, ainda, o desenvolvimento de habilidades para liderar e para cooperar.

Todos os participantes fazem uma adesão voluntária a um código de valores, traduzido na Lei e na Promessa Escoteira, passando a cultivá-los dentro e fora do Movimento, empreendendo um real esforço para vivenciá-los em seu dia-a-dia. Trata-se de um arcabouço de valores universais, que se ajustam aos progressivos graus de maturidade dos jovens, sendo desdobrados e traduzidos por termos que facilitam sua compreensão para todas as faixas etárias.

Valoriza-se intensamente o aprendizado pela prática, pela ação, oferecendo oportunidade ao jovem para construir hipóteses, observar, deduzir, interagir com o objeto do estudo. Permite-se, ainda, adquirir habilidades em técnicas úteis, desenvolvendo a criatividade e fazendo com que o jovem descubra aptidões e trabalhe sua autoconfiança e autonomia.

 Em síntese, se oferece uma oportunidade divertida de complementar a formação oferecida pela família, pela escola, pela igreja e pela comunidade na qual o jovem está inserido.

JCP - Qual o contingente de escoteiros no Brasil? Quantos grupos?

 Alessandro - Atualmente o escotismo no Brasil conta com quase 90 mil associados, divididos em cerca de 1000 Grupos Escoteiros espalhados pelo país.

JCP - Almeja em sua gestão dar um foco maior na divulgação do Movimento Escoteiro no país?

Alessandro - Certamente uma das grandes metas da gestão que se inicia em abril/2016 é oferecer a oportunidade de vivenciar o escotismo ao maior número de jovens que seja possível. Nesse sentido, sem dúvida vamos intensificar as estratégias de divulgação e de envolvimento com a comunidade. Isso permite que o escotismo seja, não apenas conhecido, mas também reconhecido, cada vez mais, pelo seu valor educativo.

JCP - Como Diretor Presidente da União dos Escoteiros do Brasil, a sua palavra para os Grupos Escoteiros da Região.

Alessandro - A Região Escoteira de Minas Gerais é altamente estratégica para se alcançar os grandes objetivos de crescimento que almejamos. Minas sempre teve um papel protagonista na história do escotismo no Brasil, conta com valiosos quadros de associados e, certamente, estará na vanguarda dos novos tempos do Movimento Escoteiro no país - novos tempos que se avizinham!

É enorme a responsabilidade de dirigir uma associação de âmbito nacional como a UEB, mas pretendemos fazer uma gestão integrada e participativa, que contribua, de fato, para a construção de uma sociedade mais justa e mais fraterna.

JCP - Deixe uma mensagem para os seus conterrâneos de São Lourenço.

Alessandro - Aos meus conterrâneos da sempre bela e saudosa São Lourenço, envio uma cordial saudação escoteira, dirigida de modo especial aos integrantes do Grupo Escoteiro São Francisco de Assis - GESFA (17º/MG), que mantém sempre acesa a chama do escotismo na cidade. Sempre Alerta!

Alessandro Garcia ladeado do chefe de Seniores  Paul Angst e o presidente do GESFA Eduardo de Souza na festa de encerramento das atividades em dezembro de 2014 em São Lourenço