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18/12/2015 08h36

Anelis Assumpção homenageia disco de Peter Tosh

Anelis Assumpção só tinha ouvidos para Usuário, álbum histórico do Planet Hemp, lançado em 1995. Era adolescente, com 14, 15 anos, e a contravenção de Marcelo D2, BNegão e toda a trupe deles pegou a garota de jeito. O pai dela, Itamar Assumpção, divertia-se com o discurso de Legalize Já, terceira faixa do álbum.
"Peter Tosh já falava disso há muitos anos", dizia ele para ela. Pai e filha tinham o costume de ir à loja de discos Baratos e Afins, no centro de São Paulo. Itamar levava seus discos para serem vendidos, trocava por alguns outros. Foi ali que a adolescente Anelis colocou as mãos no bolachão de Legalize It, de Tosh, disco esse que completa 40 anos em 2015. "Naquela época, a fervura do Planet Hemp me provocava mais", conta ela. "Aos 20 e poucos anos, fui ouvindo os discos que tinha em casa e entendi a importância do Legalize It."

A ligação tão próxima e pessoal da artista com o disco em questão só colaborou para ela embarcar no projeto do Sesc Santana chamado 75 Rotações, que chama artistas contemporâneos para revisitarem álbuns com 40 anos de idade. O recém-transformado em quarentão Legalize It foi sugerido a Anelis, executado em agosto, no Sesc, e ganhará uma nova visita neste sábado, 19, no Centro Cultural Rio Verde. "Achei que a escolha do disco tem muito a ver comigo. Tem muito da minha essência, do reggae", ela conta. "Me descola um pouco do meu pai em um sentido e me situa dentro de uma musicalidade que sempre gostei de navegar."

Ela explica que, por focar no trabalho autoral, com o mais recente e ótimo disco Anelis Assumpção e os Amigos Imaginários, o projeto de revisitar a obra seminal de Tosh, a estreia solo dele sem a companhia de Bob Marley e a banda The Wailers, ficou em segundo plano. "Às vezes, o trabalho autoral fica um pouco de lado por causa desses projetos", ela justifica. "Quando me dei conta que o ano estava acabando, dei um jeito de tentar um novo show. Não queria que acabasse o ano sem revistar esse disco de novo."

No palco do Centro Cultural Rio Verde, Anelis está acompanhada por uma banda de 11 pessoas, número maior do que ela está acostumada a trabalhar, com quatro backing vocals, dois teclados e um par de trombones. Por ser um disco curto, com 41 minutos de duração e 10 músicas, ela acrescentará outras duas faixas de Tosh e algumas de autoria própria.

A mensagem de Tosh, evidenciada já no título do disco, buscava o fim da proibição da maconha, um processo já avançado na Jamaica, na época, mas ainda discutido no Brasil como algo distante. Anelis abraça a mensagem de Tosh, é a favor da descriminalização, embora não consiga enxergar a possibilidade em um curto período de tempo. "Acho que deveríamos começar com a abertura para pesquisas", ela comenta.

O assunto também evoca na cantora uma nova lembrança do pai, assim como a compra do disco de Tosh e os comentários de Itamar sobre as letras do Planet Hemp. "Eu não sou usuária, o que é curioso porque meu pai sempre fumou muita maconha, sempre convivi com isso", ela diz. "Infelizmente, não me tornei uma maconheira." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadão Conteúdo
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