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03/04/2019 08h00

Cia. de Antonio Gades volta ao País com 'Carmen'

Pela terceira vez no Brasil, a Companhia Antonio Gades apresenta nesta quarta, 3, e quinta, 4, em São Paulo o espetáculo Carmen, um dos cinco grandes balés criados pelo "bailaor" e coreógrafo, que foi diretor do Balé Nacional da Espanha entre 1978 e 1980.

O consagrado espetáculo Carmen, inspirado na obra de Prosper Merimée, foi o terceiro balé narrativo criado por Antonio Gades, após Don Juan e Bodas de Sangue. Também foi a primeira obra a ter a estreita colaboração do cineasta Carlos Saura, que depois a levou ao cinema - em meio à trilogia Carmen, Bodas de Sangue e Amor Bruxo -, conquistando a indicação para o Oscar em 1984.
Sua estreia, em maio de 1983 no Théâtre de Paris, foi um êxito imediato de crítica e de público, que consagraram definitivamente Gades entre os mais importantes "bailaores" e coreógrafos do panorama mundial.

Nascido em 1936 na província basca de Alicante, Gades foi uma das figuras mais influentes do flamenco e teve um papel decisivo para o reconhecimento do gênero pelo mundo da arte contemporânea.

O espetáculo, que Gades começou a coreografar nos anos 60, mostra como a força explosiva e a intensidade do flamenco dão vida à paixão sensual, o amor e a rivalidade de Carmen. Na obra, Gades contrapôs pela primeira vez em cena a música de Bizet com o flamenco. Segundo o coreógrafo, ele quis que as pessoas vissem que uma guitarra e um "cantaor" flamencos podem ter tanta força ou mais, em determinados momentos, que uma orquestra com 100 músicos.

No palco, luzes e equilíbrio cênico inspirados em obras clássicas de artistas como Velásquez, Goya e Rembrandt, que Gades tanto admirava. A magistral transição entre as cenas traz a assinatura cinematográfica de Saura. Os 29 membros da companhia, fundada pelo coreógrafo e dirigida atualmente por Stella Arauzo, que foi aluna de Gades desde os 17 anos e há 20 interpreta Carmen, continuam seu tour internacional pela Itália e França.

Esta é a segunda apresentação da companhia pelo Brasil após a morte de Gades, em 2004. Em 2008 o grupo fez um tour de 15 dias por 7 cidades brasileiras com as obras Carmen, Suite Flamenca e Bodas de Sangue. Com Gades como diretor, a companhia visitou o Brasil em 1988 e 1995.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Eugenia Eiriz, viúva do coreógrafo e diretora da Fundação Antonio Gades, disse que seu marido ampliou a capacidade expressiva do flamenco até convertê-lo em uma linguagem capaz de contar histórias que podem ser entendidas no mundo inteiro. "Sua forma de entender o trabalho de 'bailaor' e coreógrafo dizendo 'não sei o que é ser artista, o que sou é um trabalhador da cultura' evidencia seu longo caminho de vida, social e política. Cria uma filosofia de trabalho que pode ser usada em qualquer outra disciplina", disse Eugenia.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadão Conteúdo
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