25/04/2019 07h10
Heitor TP, o compositor brasileiro em Hollywood
Há 35 anos morando fora do Brasil - 25 anos só nos EUA -, o músico brasileiro Heitor TP é o compositor por trás de trilhas sonoras de animações de sucesso, como Meu Malvado Favorito, Minions, Smurfs e Angry Birds, e também de longas-metragens. Ganhador do Grammy e do Emmy, ele é uma das atrações desta quinta-feira, 25, do festival Rio2C, no Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, Rio. Seu painel terá inÃcio à s 11h45, com mediação de Zé Ricardo, curador do festival. Já na sexta, 26, à s 19h30, o músico se apresenta ao lado da Orquestra Petrobras Sinfônica, sob regência do maestro Isaac Karabtchevsky, executando trilhas sonoras e peças, como ele diz, mais pessoais, como uma homenagem ao amigo, o músico Arthur Maia, que morreu no ano passado.
No painel, Heitor conta que falará sobre sua trajetória, rotina de trabalho, suas técnicas, entre outros temas. "Esse evento é uma boa oportunidade, porque mostra como temos acesso a equipamentos no celular que não custam uma fortuna", diz Heitor, ao jornal O Estado de S. Paulo, de Los Angeles, onde vive.
"Uma criança numa área mais necessitada num determinado lugar do Brasil, Ãfrica, América Latina, com acesso a um equipamento muito mais barato, vai criar músicas e até scores para filmes que o mundo inteiro - como agora faço - vai ver, mas com uma visão de uma pessoa que teve experiências complemente diferentes de todos os outros. Isso é o que eu quero tocar. Vou mostrar algumas coisas que são meus exemplos pessoais."
Nascido no Rio Grande do Sul, o músico de 58 anos viveu em vários lugares do Brasil antes de morar no exterior. Guitarrista, violonista, compositor e arranjador, Heitor tocou na icônica banda inglesa Simply Red entre 1988 e 1996. E, depois, por intermédio do compositor alemão Hans Zimmer, conseguiu entrar no prestigiado mercado de trilhas sonoras em Hollywood.
E como foi essa transição na carreira? "A oportunidade foi dada a mim pelo Hans, mas acho que o que me fascinou foram duas coisas: o fato de ser cinema, e como a música pode ajudar uma história a ser contada; e essa ideia de que se precisa de muitas pessoas para chegar a um resultado. Eu que vinha de uma banda descobri que se necessita de uma banda ainda maior para fazer um filme, e sempre gostei de ser uma banda: eu, Arthur (Maia) e Claudinho (Infante) - na banda Pulsar -; eu tocando com Ivan Lins ou Milton Nascimento; eu tocando com Simply Red, ou meus tios com a banda que eles tinham."
E como é trabalhar com trilhas? "Em termos de animação, eu começo, às vezes, quando o filme ainda está em processo de desenho, storyboard, e a gente já começa a falar sobre esses personagens, sabe a coisa básica da história, mas, nesses momentos, já passo a pensar nos temas que vão representar cada um dos personagens. Outras vezes as pessoas me convidam quando eles estão quase que escrevendo a história, e pedem para eu escrever umas peças de música pra inspirá-los; e outros filmes já têm cor, movimento, mas ainda falta completar as cores, e quando tenho uns 6 meses pela frente", detalha ele, que atualmente está finalizando Angry Birds 2. "No final de maio, vou para a Inglaterra, onde gravo orquestra e, em junho, começo Minions 2."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo