28/09/2017 08h10
'Kingsman 2 - O Círculo Dourado' tenta repetir sucesso
Matthew Vaughn jura que nunca pensou em dirigir uma sequência. "Em Hollywood, isso significa só ser maior, não necessariamente melhor", disse em entrevista à imprensa em Londres. Mas, um dia, segundo ele, acordou com a história de Kingsman - O CÃrculo Dourado, que estreia no Brasil nesta quinta, 28, continuação de Kingsman - Serviço Secreto, filme de 2014 que rendeu mais de US$ 400 milhões na bilheteria mundial. O cineasta sabia, no entanto, dos desafios de uma sequência, por mais que elas sejam corriqueiras hoje em dia. "Se você faz tudo igual, todo mundo diz que é uma repetição, se faz muito diferente, dizem que não tem nada a ver com o original."
Kingsman - O CÃrculo Dourado utiliza uma estratégia conhecida, ao incluir uma gama de novos personagens na aventura de Eggsy (Taron Egerton), o menino de boné virado para trás que, depois de treinado por Harry (Colin Firth), se tornou um agente secreto bem-vestido - o quartel-general dos Kingsmen é uma das alfaiatarias chiques de Savile Row, em Londres. Nesse segundo longa, Eggsy se vê, porém, sozinho. E vai topar com esse grupo de novos personagens: os Statesmen, a versão americana dos Kingsmen. Em vez de uma alfaiataria, eles usam como fachada uma destilaria de bebidas alcoólicas no sul dos EUA. Não à toa, seus codinomes são Tequila (Channing Tatum), Whiskey (Pedro Pascal) e Ginger (Halle Berry), comandados por Champagne, ou, como ele prefere, Champ (Jeff Bridges). "Eles têm estilo próprio. São cavalheiros sulistas, e nós, cavalheiros britânicos", disse Egerton em entrevista ao Estado, em San Diego. "Claro que tem uma competição saudável. Foi muito legal ter todos esses atores fantásticos trazendo uma nova energia à franquia."
Chileno radicado nos EUA, Pedro Pascal (conhecido por seus papéis como Oberyn Martell em Game of Thrones e Javier Peña em Narcos) tinha certa familiaridade com chicotes, chapéus e a vida de caubói, tendo vivido no Texas quando criança. Mas, curiosamente, foi por causa de Narcos que acabou escalado para viver Whiskey. "O Matthew Vaughn diz que assistiu e me achou com jeito de Burt Reynolds", contou Pascal em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" em San Diego. "E começou a criar o personagem. Tive muita sorte de chamar sua atenção."
O diretor admitiu ser fã de Burt Reynolds e Steve McQueen e tentou dar um quê daqueles astros de outrora a seu bando de americanos, em oposição ao jeito mais James Bond dos britânicos no filme. "Queria lembrar à s pessoas que já houve americanos legais", disse, em tom de brincadeira. Não faltam referências ao estilo conhecido como "Americana", que usa imagens-sÃmbolo dos Estados Unidos. Vaughn também usou outras imagens tipicamente americanas, como a dona de casa dos anos 1950, num diner de cores pastel. Só que, aqui, ela é uma vilã, Poppy, vivida com gosto por Julianne Moore. Seu diner está instalado numa rua tipicamente da época, só que incrustada numa paisagem que lembra o templo de Angkor Wat, no Camboja. Apesar de ter cogitado, Vaughn preferiu não incluir referências aos problemas atuais no Reino Unido e nos Estados Unidos, ficando no território do fantástico - mas com efeitos visuais feitos de verdade, sem tanta ajuda do CGI. Taron Egerton acha que isso pode ajudar: "Quando o mundo está num perÃodo complicado, o escapismo ajuda muito". O fim de semana de estreia parece confirmar a teoria, com uma bilheteria global de US$ 100 milhões.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo