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29/09/2017 09h20

Livro nasceu para organizar caos entre os músicos

Lupa Santiago, o idealizador do projeto Real Book Brasil, já tocou, como guitarrista, em 35 países. E, em cada um deles, os músicos locais perguntavam onde poderiam conseguir partituras de música brasileira para tocar. Foi daí que nasceu a ideia da compilação da produção brasileira.

O Real Book dos Estados Unidos nasceu nos anos 1970 da mesma necessidade. Muitos instrumentistas chegavam para as jam sessions tocando notas erradas e querendo ter razão diante dos demais. Definir as melodias com exatidão tornou-se então uma necessidade para uma classe que, até então, tocava temas cheios de notas de um Charlie Parker, Dizzy Gillespie ou Sonny Rollins como bem entendia.

O primeiro Real Book trazia a melodia e a harmonia de todas as músicas, mas sem as letras das canções cantadas. A estética das pentagramas lembrava a das escritas à mão, mas não havia direitos para que aquela publicação pudesse continuar no mercado. Apenas em 2004, Hal Leonard lançou a primeira edição oficial e legal.

A Itália lançou seu Real Book no início dos anos 2000. De proposta parecida com o brasileiro, ele foi elaborado pelo músico Antonio Ongarello com aproximadamente cem músicas de compositores do jazz italiano contemporâneo.

A obra foi adotada, inclusive pelo ensino formal no Brasil, como um dos caminhos obrigatórios pelo qual um estudante deveria passar. Ao mesmo tempo em que levava os grandes temas dos jazzistas pela primeira vez aos alunos daqui (apenas Tom Jobim e outros raros brasileiros apareciam naquelas páginas), o livro fui acusado de, nas mãos de professores despreparados, padronizar o ensino musical sem levar em conta as particularidades de cada aluno. O estudante, qualquer que fosse, deveria trazer como lição de casa uma Take Five sem ao menos saber como aquela música era tocada pelo grupo de Dave Brubeck.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadão Conteúdo
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