02/11/2021 20h10
Morre o artista indígena Jaider Esbell
Um dos artistas principais da arte indÃgena contemporânea no Brasil, ao lado de sua companheira Daiara Tukano, morreu nesta terça-feira, 2, o pintor macuxi Jaider Esbell, aos 41 anos. A causa não foi revelada pela galeria que representa o artista, a Millan, nem pela famÃlia do pintor, mas o corpo será levado para Boa Vista após a autópsia - é provável que tenha sido suicÃdio, mas essa informação não foi confirmada. Segundo a marchande Socorro de Andrade Lima, da Millan, Esbell, que está representado na Bienal de São Paulo, foi igualmente reconhecido lá fora, a ponto de o Centre Pompidou adquirir duas obras suas na semana passada.
A galerista destacou a capacidade de articulação de Esbell não só como artista, mas como aglutinador de criadores de várias etnias, alguns participantes da Bienal como ele. São cinco nomes brasileiros e quatro de povos originários de outros paÃses que participam do evento. Defendendo a causa indÃgena tanto como a inserção de artistas indÃgenas no circuito, Esbell teve uma participação essencial no protagonismo desses artistas no mercado.
As obras (pinturas, esculturas) de Esbell podem ser vistas na mostra Moquém_Surarî: Arte IndÃgena Contemporânea, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), como parte da Bienal de São Paulo.
Em fevereiro deste ano ele apresentou, em sua individual na Galeria Millan, pinturas em que a figura central era o jenipapo, planta com papel essencial na cosmogonia makuxi, etnia da qual faz parte. O artista nasceu em 1977, em Normandia, no estado de Roraima, na terra indÃgena Raposa Serra do Sol, e se mudou para Boa Vista aos 18 anos. Militante pela causa indÃgena desde então, ele via a arte com o um instrumento polÃtico em defesa dos primeiros habitantes do PaÃs.
Segundo a marchande Socorro de Andrade Lima, a Galeria Millan estava em negociações com o artista para o lançamento de um livro sobre a sua obra, possivelmente com prefácio de Ailton Krenak, mas a edição terá agora de ser negociada com sua famÃlia.
Fonte: Estadão Conteúdo