01/09/2021 08h30
Musicais voltam à cena, agora com elencos ecléticos e rígido controle
Em 2001, com a estreia do musical Les Misérables em São Paulo, o gênero iniciou uma fase de expansão e profissionalização do mercado brasileiro, tornando-se uma grande fonte de renda para a cidade - pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas mostrou que, em 2018, os espetáculos musicais proporcionaram um impacto econômico de R$ 1,01 bilhão na capital paulista. Com a pandemia, a cadeia foi bruscamente interrompida no ano passado e, passados 18 meses de inatividade, o setor retoma a ação, com a estreia, nesta quinta, 2, de Cinderella, o Musical e Donna Summer Musical.
"E, para isso, foi necessária uma rigorosa adaptação à s regras sanitárias", diz Renata Borges, diretora executiva da Touché Entretenimento, responsável por Cinderella, que volta em cartaz, agora no Teatro Liberdade. "É a mais difÃcil produção da minha carreira, pois lidamos com algo que não se vê, o vÃrus da covid-19. E, mesmo com todo o protocolo sanitário respeitado, sobra uma parcela mÃnima de risco."
Renata é experiente em trabalhar com grandes elencos - assinou, por exemplo, a produção de suntuosos espetáculos como Peter Pan, o Musical e Madagascar, Uma Aventura Musical, além do próprio Cinderella, que primeiro estreou em 2016. Desde então, a famosa fábula da menina pobre que se transforma em princesa continua repleta de momentos especiais - especialmente quando a Fada Madrinha (Helga Nemetik) deixa Cinderella (Fabi Bang) pronta para o baile com, literalmente, um passe de mágica (na verdade, um efeito holográfico em 3D, usado pela primeira vez em cena no Brasil).
Mas, nos bastidores, a situação agora é distinta. São menos atores no total, 22. "Tenho três elencos em paralelo, pois é preciso ter substitutos para todos os papéis", comenta Renata. "E ter um raciocÃnio rápido sobre o que pode acontecer. Para isso, é preciso um planejamento detalhado e planos B, C, D, E, F."
A nova rotina trouxe preciosas lições - depois que algumas suspeitas de covid surgiram no grupo, a produtora aumentou de dois para quatro o número de testes semanais. Ela também contratou uma infectologista, que aconselha o elenco e a equipe técnica, além de espalhar frascos de álcool em gel nos locais comuns e também de manter presente uma empresa especializada em higienização, que entra em ação tão logo terminam os ensaios - que vinham acontecendo, aliás, com todos usando máscara.
"Foram bons testes para o fôlego", comenta Gottsha, que vive com muito bom humor e maldade a Madrasta. "Dizer as falas e também cantar exigem mais esforço. E, pior, não sabÃamos que expressão estávamos fazendo com a boca, pois ninguém estava vendo."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo