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09/12/2015 09h36

Pablo Trapero fala de seu filme 'O Clã', segundo maior êxito da Argentina

Pablo Trapero tem sido uma presença permanente no Festival de Cannes e, no ano passado, chegou a presidir o júri que outorgou os prêmios da seção Un Certain Regard. Este ano, Trapero ficou mais feliz ainda de voltar a Veneza - e de ganhar o prêmio de direção, outorgado pelo júri de Alfonso Cuarón, por El Clan. Com o título de O Clã, o filme estreia nesta quinta-feira, 10, nos cinemas brasileiros.

"Lá atrás, foi Veneza que me descobriu e deu projeção internacional com meu longa Mundo Grua. Voltar e ainda ser premiado foi muito gratificante."

E com O Clã Trapero ainda entrou para o reduzido time dos autores cujos filmes ultrapassaram 1 milhão de espectadores na Argentina. "Chegamos a quase 2 milhões, algo em torno de 1,8, o que foi verdadeiramente excepcional. O Clã foi a segunda maior bilheteria de todos os tempos na Argentina (após Relatos Selvagens). Esperava uma boa acolhida, mas isso superou toda expectativa. Além da bilheteria, o filme desencadeou um debate muito interessante sobre o episódio real e suas ramificações na história argentina."

O Clã baseia-se na história da família Puccio - família respeitável, o filho integrante da equipe nacional de rúgbi e, por trás dessa fachada, o pai, ligado ao regime militar, sequestra e mata com os filhos pessoas ricas de quem extorque dinheiro, anunciando-se como porta-voz de uma organização anarco-revolucionária. Trapero reflete - "Há um aspecto universal em O Clã, que é a história da família, de pai e filhos. Mas existe a singularidade argentina. Mesmo que o tema da duplicidade também seja universal, creio que existem elementos particulares que fazem da família Puccio - pai autoritário, família submissa - um bom retrato para espelhar a realidade nacional."

O diretor acredita que essa história - esse horror - só foi possível porque somou-se à duplicidade um outro problema, ou fenômeno contemporâneo, a indiferença. "As pessoas tendem a achar que esse tipo de atividade criminal ocorre longe delas e que, portanto, não lhes diz respeito nem atinge. Entendo isso como uma fuga da realidade. Tem gente que até hoje não acredita que o jovem Puccio, Alejandro, um campeão, tenha feito aquelas coisas horríveis. É um pouco como o que ocorreu em Paris. A bomba tem de estourar na cara delas (das pessoas indiferentes) para que se deem conta." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadão Conteúdo
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