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19/01/2015 11h25

Para crítica, Leviatã sai na frente na disputa pelo Oscar de filme estrangeiro

Na avaliação da crítica, Leviatã sai na frente na disputa pelo Oscar de filme estrangeiro. De fato, o representante russo é de alto impacto. Mas pode não ser assim. O forte estudo de Zyviagntsev sobre o Estado corrupto pode perfeitamente ser superado por outros concorrentes, e isso por uma excelente razão - a disputa na categoria filme em língua não-inglesa está particularmente acirrada este ano.

Kimbuktu, da Mauritânia, é tido, por quem já o viu, como um espanto, uma daquelas surpresas que o cinema reserva de tempos em tempos. Como fala da expansão do mundo islâmico, tema também de grande atualidade, pode vir a emplacar. Há também Tangerines, de Zaza Urushadze, que concorre pela Estônia. Trata, de maneira ficcional, sobre a disputa do território de Abkhazia, em 1992, após a dissolução do império soviético. De acordo com um dos membros da Academia de Hollywood, Tangerine traz reflexões sobre o absurdo da guerra em nível de A Grande Ilusão, o clássico de Jean Renoir. Só vendo para julgar se a comparação vale ou é apenas retórica vazia, pastel de vento.

Já o polonês Ida cava seu apelo no mundo do passado, mas com um tema considerado sempre contemporâneo pela Academia, o Holocausto. O fato é que Pawel Pawlikowski revisita esse assunto de maneira muito original e intensa. Ida é a noviça que, antes de receber as ordens do convento e isolar-se do mundo, sai com uma tia atrás da história da família. Essa busca é pretexto para um mergulho na história polonesa dos tempos da 2ª Guerra Mundial, os crimes do antissemitismo e do colaboracionismo, revisitados sob a perspectiva dos anos 1960, sob o governo comunista de viés stalinista. Ida fala, portanto, do nazismo (anos 1940), do stalinismo (anos 1950-60), e do que toda essa carga pesada histórica legou à Polônia atual. Um belíssimo filme, sem dúvida, forte concorrente ao Oscar.

Talvez correndo por fora, e na condição de azarão, esteja o argentino Relatos Selvagens, de Damian Szifron, brilhante filme de episódios, talvez um tanto irregular. Relatos tem sido muito elogiado no Brasil, em especial pela maneira aguda de tratar a tensão social do país sob formato pop, de diálogo fácil com o público. É verdade. O longa abre com um episódio arrasador, conciso e de desfecho bombástico. Outros caem no facilitário, como o da briga de trânsito flertando com o trash. No todo, é muito bom, mas talvez lhe falte estofo suficiente para dar aos hermanos a terceira estatueta da Academia nesta categoria (as duas vitórias anteriores são de A História Oficial, de Luis Puenzo, e O Segredo dos seus Olhos, de Juan José Campanella).

O Brasil desejava competir nessa categoria de pesos pesados com Hoje em Quero Voltar Sozinho que, obviamente, não ficou entre os finalistas. Sabe de nada, inocente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadão Conteúdo
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